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Greve contra reforma da Previdência na França provoca cancelamento de voos e paralisação parcial de trens

A mobilização contra o projeto de reforma da Previdência na França continua perturbando alguns setores do país, após manifestações que reuniram mais de um milhão de pessoas na terça-feira (7). Terminais de fornecimento de gás e refinarias de petróleo ficaram bloqueadas na quarta-feira e perturbações estão previstas na rede ferroviária e nos aeroportos.

Sala de embarque em Roissy-Charles-de-Gaulle, onde voos podem ser anulados de última hora (imagem de arquivo)
Sala de embarque em Roissy-Charles-de-Gaulle, onde voos podem ser anulados de última hora (imagem de arquivo) Reuters / Gonzalo Fuentes
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Quem tiver que viajar na França nesta quinta-feira deve ter paciência. Depois de dois dias de perturbações, apenas um em cada três trens de alta velocidade deve circular no país. O tráfego será ainda mais afetado nas demais linhas, como na Intercités, que terá apenas um em cada quatro trens funcionando. Os sindicatos já avisaram que a situação não deve mudar na sexta-feira (10).

Em Paris, depois de dois dias com menor circulação de trens, o sistema de metrôs voltará a funcionar aos poucos, mas pelo menos quatro linhas devem permanecer fortemente perturbadas.

No espaço aéreo, a Air France prevê que apenas oito de cada dez voos de longa duração serão mantidos. Além disso, atrasos e anulações de último minuto “não devem ser excluídos”, informou a companhia.

As refinarias de petróleo devem permanecer bloqueadas e os sindicatos não pretendem mudar de estratégia, pelo menos até sexta-feira. Ainda que a produção não tenha sido interrompida, o combustível não pode deixar o local. O fornecimento de gás para a população foi mantido, mas em volumes menores.

Jovens se mobilizam

A quinta-feira deve ser marcada por protestos de organizações juvenis. Nessa quarta, sindicatos de estudantes promoveram atividades, e bloqueios parciais, em cerca de 30 universidades do país.

Além disso, os sindicatos, que reclamam da falta de ação do governo que, segundo eles, ignora os protestos, já preveem uma nova jornada de manifestações no sábado (11). As organizações esperam repetir o feito de terça-feira, quando 1,28 milhão de manifestantes foram às ruas, segundo a polícia (cerca de 3,5 milhões de acordo com os sindicatos).

Projeto contestado

Dois em cada três franceses, segundo as pesquisas, são contrários ao projeto de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e de antecipar para 2027 a exigência de contribuir por 43 anos (e não 42 como atualmente) para receber a pensão integral. Mas o governo afirma que, ao elevar uma das menores idades de aposentadoria da Europa, pretende evitar um déficit da Previdência. Segundo o porta-voz do Executivo, Olivier Véran, o governo pretende "cumprir o objetivo de um sistema equilibrado até 2030”.

O governo optou por um controverso procedimento parlamentar – usou a ferramenta de alteração da lei de financiamento da Seguridade Social – que limita o tempo de análise e facilita a aprovação da lei. As duas câmaras do Parlamento têm agora até 26 de março para aprovar o mesmo texto. Caso contrário, o governo pode implementar a medida por meio de decreto a partir desta data, algo que nunca aconteceu.

O Senado, controlado pela oposição de direita favorável à reforma, tem até o domingo para votar a medida. Na Assembleia Nacional, as discussões não chegaram ao cabo pois o prazo expirou antes disso.

Na próxima semana, representantes de ambas as Câmaras devem se reunir para chegar a um texto comum, sobre o qual deputados e senadores devem se pronunciar novamente.

(Com informações da AFP)

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