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Guia Michelin dá 3 estrelas para Alexandre Couillon e elogia restaurante da brasileira Camila Seixas

A edição 2023 do guia Michelin, bíblia da gastronomia mundial, foi divulgada nesta segunda-feira (6). Apenas um chef entrou para a seleta lista dos estabelecimentos com três estrelas, nível máximo da publicação, que também deu destaque para alguns restaurantes dirigidos por mulheres, entre eles o da brasileira Camila Seixas, aberto no oeste da França há menos de um ano.

O chef Alexandre Couillon comemora sua terceira estrela no guia Michelin.
O chef Alexandre Couillon comemora sua terceira estrela no guia Michelin. © AFP - Patrick Hertzog
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Alexandre Couillon, dono do restaurante La Marine, é o mais novo chef a exibir a almejada terceira estrela do Guia Michelin. Seu estabelecimento, situado na ilha de Noirmoutier, no oeste da França, ficou famoso por seu cardápio de frutos do mar e produtos vindos de sua própria horta.

Aos 47 anos, Couillon, que nasceu no Senegal, vem conquistando aos poucos seu espaço no mundo da gastronomia. Ele havia recebido a sua primeira estrela da publicação em 2007 e a segunda no ano seguinte.

Com sua nomeação, o guia passa a contar com 29 estabelecimentos três estrelas, contra 31 no ano passado. Isso porque dois chefs, Guy Savoy e Christopher Coutanceau, perderam uma estrela e o restaurante de Christophe Bacquié, que também estava no topo da lista, fechou suas portas.

No total, a edição 2023 de guia Michelin consagrou 44 estabelecimentos, dos quais 39 receberam uma primeira estrela e quatro conquistaram a sua segunda. Uma das particularidades é que os restaurantes situados fora da região de Paris são cada vez mais numerosos na França, pois 37 dos novos estrelados não estão na capital e seus arredores.

Mulheres ainda pouco presentes

Como nos anos anteriores, as mulheres ainda são raras no topo da lista e muitas vezes, quando aparecem, são citadas ao lado dos maridos, com quem dirigem seus estabelecimentos. Nesta edição, Georgiana Viou, nascida no Benin, recebeu sua primeira estrela sozinha com o restaurante Rouge, em Nîmes (sul), enquanto Camille Pailleau entrou para a lista ao lado do marido Diego Delbecq, com restaurante Rozo, em Marcq-en-Baroeul (norte), e Jeanne Satori conquistou a primeira estrela junto com David Degoursy pelo restaurante De:já, em Estrasburgo (leste).

Questionado sobre essa ausência de nomes femininos entre os estrelados, Gwendal Poullennec, que dirige o guia, disse que o prêmio vai não apenas para os chefs, mas também para os estabelecimentos, que muitas vezes são codirigidos por mulheres.

Mesmo assim, o guia tenta valorizar o trabalho das chefs. Em seu site, ao lado da lista dos estrelados, o Michelin deu um enfoque especial para as mulheres que se destacam, mesmo se ainda não conquistaram uma estrela.

Brasileiros no Michelin

Entre eles, a publicação chama a atenção para o trabalho de Camila Seixas. A paraense, que passou por outros restaurantes franceses antes de abrir seu próprio negócio, inaugurou em junho passado, com o marido Aurélien Digne, o restaurante Orizhon em Audierne, na região da Bretanha (oeste). O casal se encontrou trabalhando na Maison Bras, outro endereço estrelado do Michelin.

Orizhon, que propõe uma cozinha que se reivindica acessível e moderna, conquistou em apenas alguns meses o Bib Gourmand, selo dado pelo Michelin aos melhores restaurantes em termos de melhor custo-benefício.

Outros brasileiros instalados na França já passaram pelo Michelin. O carioca Raphaël Rego exibe desde 2019 uma estrela com seu restaurante parisiense Oka, que o guia elogia pela “finesse de sua cozinha”. A publicação também dá destaque para Rafael Gomes, vencedor do Master Chef em 2018 no Brasil, com seu Itacoa, e para Alessandra Montagne, que vem conquistando os paladares com o Nosso, um restaurante que propõe uma cozinha sem desperdícios. Ambos estão em Paris.

Reality TV

Os chefs revelados nos programas de reality tv também são cada vez mais presentes no Michelin. Quatro candidatos da versão francesa do programa Top Chef receberam sua primeira estrela: Nicolas Seibold, do restaurante La Mutinerie, em Lyon, Jordan Yuste, do restaurante L’Arriva, em Sète (sudeste), e Tibaut Spiwack, do restaurante L’Anona, em Paris, além do belga Mallory Gabsi, de apenas 26 anos, dono de um restaurante que leva seu nome, também na capital francesa.

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