França: Adesão à greve e manifestações contra reforma da Previdência diminuem, mas sindicatos continuam mobilização
A adesão à greve e as manifestações diminuíram nesta terça-feira (7), terceiro dia de mobilização contra a reforma da Previdência na França. Mas os sindicatos já se programam para o quarto dia de ação, sábado (11), para manter a pressão sobre os deputados franceses que debatem o projeto na Assembleia Nacional.
Publicado em: Modificado em:
Os protestos reuniram em todo o país 757 mil pessoas, segundo o Ministério do Interior, "quase dois milhões" de acordo com os sindicatos.
O número de participantes é menor do que em 31 de janeiro, quando as organizações sindicais anunciaram mais de 2,5 milhões de participantes e as autoridades 1,27 milhão. No primeiro dia de mobilização, 19 de janeiro, a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), principal sindicato francês, informou que mais de dois milhões de pessoas participaram das manifestações e o ministério do Interior 1.12 milhão.
Em Paris, a manifestação reuniu 57.000 pessoas, segundo a polícia, 400.000 segundo a CGT. Esses números totalizaram respectivamente 87.000 e 500.000 em 31 de janeiro e 80.000 e 400.000 no dia 19.
Em outras cidades, as manifestações foram menos numerosas. Em Estrasburgo (nordeste), a prefeitura contou 7.000 pessoas, contra 10.500 em 31 de janeiro e 10.500 no dia 19. Em Poitiers (centro-oeste), 4.400 manifestantes marcharam de acordo com a polícia, contra 8.000 em 31 de janeiro e 7.000 em 19 de janeiro, segundo a mesma fonte.
Tensões
Algumas tensões marcaram a manifestação parisiense, com várias vitrines quebradas ou danificadas e projéteis lançados contra agentes de segurança. A polícia anunciou 17 prisões às 18h.
Reunindo-se na noite de terça-feira, em Paris, representantes sindicais convocaram, em um comunicado à imprensa, novas manifestações “massivas” no sábado, 11 de fevereiro. "O governo deve retirar seu projeto sem esperar o fim do processo parlamentar", diz o texto.
O líder da CGT, Philippe Martinez, pediu greves "mais duras, massivas e mais numerosas", se o governo persistir em não ouvir.
Diminuição do número de grevistas
A diminuição do número de grevistas também foi notada. No importante setor de transportes, a circulação de trens e metrôs foi bastante perturbada, mas com uma taxa de trabalhadores em greve em baixa: 25%, contra 36% no dia 31 e 46% no dia 19. Novos distúrbios são esperados na SNCF, a empresa estatal do sistema ferroviário francês, na quarta-feira (8).
No setor da energia, mais de um em cada dois operadores (56%) do turno da manhã das refinarias da TotalEnergies estavam em greve, segundo a empresa, entre 75 e 100%, de acordo com a CGT. A direção da EDF, principal fornecedora de eletricidade, identificou 36,9% dos grevistas, contra 46,5% em 31 de janeiro.
O Ministério da Educação registrou 14,17% de professores em greve (contra 25,92% em 31 de janeiro). Pouco mais de 11% dos servidores cruzaram os braços em repartições públicas, contra 19,4% no dia 31 e 28% no dia 19.
A análise do texto do projeto de reforma da previdência começou segunda-feira (6) na Assembleia Nacional francesa em uma atmosfera tempestuosa. O governo deu prazo até 17 de fevereiro para a análise do projeto de lei, cuja a principal e mais contestada medida consiste em aumentar a idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos. .
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro