Acessar o conteúdo principal

Protestos em massa instalam “queda de braço” entre Macron e sindicatos sobre reforma da Previdência

As consequências da greve geral e a alta adesão às manifestações contra a reforma da Previdência na França estampam as capas de todos os jornais franceses nesta sexta-feira (20). “A queda de braço se instala”, constatam Les Echos e Le Parisien, já que uma nova data de grave foi marcada para o próximo dia 31.

Sindicatos franceses demonstraram força neste primeiro dia de greve e protestos contra a reforma da Previdência na França, mas Macron segue determinado a aprovar o texto no Parlamento.
Sindicatos franceses demonstraram força neste primeiro dia de greve e protestos contra a reforma da Previdência na França, mas Macron segue determinado a aprovar o texto no Parlamento. AP - Lewis Joly
Publicidade

O jornal Libération ressalta que, ao reunir entre 1 e 2 milhões de pessoas em protestos em todo o país na véspera, os sindicatos estão em posição de “força” e a mobilização “fragiliza” o governo. Nas grandes como nas pequenas cidades, “os franceses foram às ruas”, num “belo primeiro teste” contra o projeto, diz o jornal.

Para o Les Echos, face à oposição nos protestos, o executivo vai apostar na “desmobilização” nos próximos dias. A margem de negociação não é muito ampla, mas existe: o governo poderia aumentar ainda mais o valor mínimo da aposentadoria dos mais pobres, elevar a taxa de contribuição das empresas ou prever dispositivos para melhorar a empregabilidade dos mais velhos, a partir de 55 anos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu que o adiamento da idade mínima para se aposentar de 62 para 64 anos é uma medida "justa e necessária" para o Estado poder garantir as pensões para as próximas gerações. O tempo de contribuição também deve passar para 43 anos, para dar acesso à aposentadoria integral.

Rejeição da opinião pública

O projeto é reprovado por uma ampla maioria da opinião pública, principalmente por manter prejuízos à classe média e às mulheres. Por enquanto, a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, reconhece que o tema é "delicado", mas se recusa a fazer novas concessões. No projeto inicial, a idade mínima para se aposentar era de 65 anos.

Le Figaro reitera que essa “queda de braço só começou”: a manchete enfatiza que enquanto “os sindicatos se mobilizam, Macron se mantém decidido” a avançar a reforma. Para o jornal conservador, o presidente “não tem nenhuma razão para ceder” porque deve conseguir a maioria do Parlamento para aprovar o texto nas próximas semanas.

Le Parisien se mostra menos enfático: afirma que, diante do risco de o movimento crescer ainda mais, “o executivo vai precisar redobrar os esforços para defender a sua reforma”. O jornal ressalta que nas pesquisas de opinião, os números da rejeição dispararam na última semana, chegando a dois terços dos franceses que se opõem ao texto. Medidas como a prolongação do tempo de contribuição até para aqueles que começaram a trabalhar muito cedo estão entre as mais impopulares – e devem ser a prioridade do governo para negociar a aprovação do projeto, indica o diário Le Parisien.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.