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Macron diz que vai prosseguir com a reforma da Previdência "democraticamente validada", apesar da mobilização

Emmanuel Macron respondeu a questões de jornalistas sobre a reforma da Previdência nesta quinta-feira (19), em Barcelona, na Espanha, onde participa de uma cúpula. Ele defendeu um projeto que, segundo ele, já foi "democraticamente validado". O presidente francês foi criticado pela oposição e sindicalistas por estar fora do país em um dia de mobilização nacional.

Pedro Sánchez e Emmanuel Macron na Cúpula franco espanhola,   em Barcelona, na Espanha, em 19 de janeiro de 2023.
Pedro Sánchez e Emmanuel Macron na Cúpula franco espanhola, em Barcelona, na Espanha, em 19 de janeiro de 2023. REUTERS - STRINGER
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O chefe de Estado, que não se manifestou sobre a reforma da Previdência desde a apresentação do projeto em 10 de janeiro pela primeira-ministra Elisabeth Borne, saiu de seu silêncio. Ele garantiu que a reforma foi “apresentada democraticamente e validada” durante as eleições que lhe deram um segundo mandato, mas apenas uma maioria relativa na Assembleia Nacional.

“O fato é que as coisas foram explicadas de forma clara, democrática”, “também não podemos fingir que não houve eleições há alguns meses”, defende.

Agora, apesar da mobilização, “temos de prosseguir com esta reforma” que é “justa e responsável”, insistiu. “E assim faremos, com respeito, espírito de diálogo, mas determinação e espírito de responsabilidade”, concluiu o presidente.

Viagem à Espanha

Coincidência ou não, Emmanuel Macron estava longe da França no dia em que enfrentou o primeiro grande desafio de seu segundo mandato.

Ele participou, nesta quinta-feira, da 27ª Cúpula franco-espanhola, celebrada em Barcelona, com a assinatura de um "tratado de amizade e cooperação" entre os dois vizinhos. De acordo com membros do governo, o encontro "foi marcado com bastante antecedência", antes de os sindicatos anunciarem a data do primeiro dia de greves e as manifestações. 

Uma viagem difícil de ser engolida pela oposição, que denunciou uma estratégia de evasão.

"Vocês podem reparar que nos coletes amarelos foi igual (…) não o ouvimos", comentou o ex-candidato pela Liga Comunista Revolucionária nas eleições presidenciais francesas de 2002 e 2007. "É super desdenhoso. Mas, isso é típico dele", completou, em entrevista ao canal de tevê BFM. 

"É uma escolha do Governo. As coisas estão acontecendo na França, eles não estão na França. (...) Acho que o presidente da República, que diz que ouve ainda mais do que antes, deveria se interessa pelo que está acontecendo e não considerar que está apenas administrando um pequeno negócio", disse Philippe Martinez, secretário-geral da CGT (Confederação Geral do Trabalho), principal sindicato francês, em entrevista a tevê Public Senat.

Membros do governo em Barcelona

Além de Macron, 11 ministros participam do encontro em Barcelona. O encarregado da pasta do Trabalho, Olivier Dussopt, que deveria participar da viagem, decidiu ficar em Paris para acompanhar a situação e representar o governo na mídia na noite de quinta-feira, mas seu colega da pasta dos transportes, Clément Beaune, está na Espanha, apesar de grande parte dos profissionais do transporte terem participado da paralisação.

Também acompanharam o presidente na viagem o ministro da Economia, Bruno Le Maire, responsável pelo equilíbrio financeiro da reforma; o da Educação, Pap Ndiaye, enquanto um bom número de estabelecimentos escolares fecharam nesta quinta-feira; e do Interior, Gérald Darmanin, responsável pela segurança nos protestos.

Enquanto seus ministros voltaram para a França no início da tarde, Emmanuel Macron continuou em Barcelona para visitar uma exposição e participar, no final do dia, de um encontro com a comunidade francesa.

Resta saber se Macron estará na França no dia 31 de janeiro, quando foi convocado um segundo dia de mobilizações. 

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