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Milhares de pessoas se manifestam em Lyon em apoio a movimento de contestação no Irã

Milhares de pessoas se manifestaram em Lyon, no sudeste da França, neste domingo (8), em apoio ao movimento de contestação no Irã e em homenagem a Mohammad Moradi, que se suicidou ao pular no rio Ródano para chamar a atenção para seu país.

Manifestante segura cartazes contra o regime iraniano durante a manifestação em Lyon, na França, em 8 de janeiro de 2023.
Manifestante segura cartazes contra o regime iraniano durante a manifestação em Lyon, na França, em 8 de janeiro de 2023. AFP - JEAN-PHILIPPE KSIAZEK
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Os manifestantes desfilaram atrás de uma grande faixa onde estava escrito "mulher, vida, liberdade", o slogan do movimento no Irã que eles gritaram ao longo do percurso.

O Irã tem sido abalado por protestos desde a morte da estudante Mahsa Amini em 16 de setembro, após sua prisão por violar o rígido código de vestimenta do país.

Desde então, 14 pessoas foram condenadas à morte em conexão com os protestos, de acordo com uma contagem da AFP com base em informações oficiais. Entre eles, quatro foram executados, dois no sábado (7).

A emoção era grande entre os manifestantes, em Lyon, que agitavam bandeiras iranianas ou se envolviam nelas.

"Estou aqui para pedir liberdade no Irã (...) Quando eu era pequeno, prenderam toda a minha família", explicou à AFP Sholeh Golrokhi, 49 anos, de Paris e que desenhou uma lágrima vermelha no rosto.

“Somos contra este regime (...) que é contra a humanidade, contra todo o povo iraniano”, explicou Jiyan Bahramian, um refugiado político de 46 anos que vive em Besançon, no centro da França.

Ele segurava com outros compatriotas uma faixa de tecido ostentando, em vermelho, a palavra liberdade composta com os nomes de 630 presos políticos, "uma pequena parte de um grande número", disse. Segundo a ONU, cerca de 14 mil pessoas foram presas desde o início do movimento.

"Estamos aqui para pedir aos países ocidentais que sejam a voz de nosso povo" e "para expulsar os embaixadores iranianos", disse Samane Ramezanpanah, profissional de informática, de 35 anos.

Insatisfação do povo iraniano

Segurando cartazes com os dizeres "Vamos evitar a matança", "Viva a revolução democrática no Irã" ou "Parem os massacres de inocentes", a multidão entoava os nomes de Mohammad Moradi, que cometeu suicídio em Lyon em 28 de dezembro.

Canções do rapper Toomaj Salehi, preso por apoiar o movimento, foram transmitidas, enquanto em um caminhão, uma mulher, com a bandeira iraniana pintada no rosto, encenou um enforcamento.

Os manifestantes eram principalmente iranianos, mas franceses, habitantes de Lyon, também foram apoiá-los, como Maurice Magnan e sua esposa.

“O Irã vive um momento dramático, os Mulás no poder só visam a sua manutenção e de forma alguma a felicidade do seu povo. O Irã merece que cuidemos do seu destino”, sublinhou o aposentado de 65 anos.

“Sentimos a imensa insatisfação do povo iraniano” durante uma viagem ao Irã, explicou, referindo-se à situação desastrosa da economia e à falta de esperança da juventude.

Personalidades contra mortes no Irã

Mais de 50 personalidades, de Bryan Cranston a Cate Blanchett, passando por Elijah Wood, Jason Momoa, Marion Cotillard, Samuel L. Jackson ou mesmo Jada Pinkett Smith, protestaram em um vídeo postado no Instagram na sexta-feira (6) contra as execuções de manifestantes no Irã.

Eles se fotografaram segurando cartazes com a hashtag #stopexecutionsiniran (pare as execuções no Irã). 

As imagens foram reunidas em um único vídeo idealizado pela roteirista iraniano-americana Nicole Najafi, a diretora Ana Lily Amirpour e a atriz Mozhan Marnò, e transmitido na rede social. “Apoiamos o povo iraniano em sua luta pela liberdade”, pode-se ler na sequência, ao som da música You do without, assinada por La Femme.

Mozhan Marnò explicou ao The Hollywood Reporter que o objetivo do vídeo é mostrar aos iranianos que “o mundo está com eles” e “pressionar a República Islâmica”. 

O país está em chamas há vários meses, desde a morte da jovem Mahsa Amini, detida pela polícia moral, que a acusou de ter violado o rígido código de vestimenta do país. 

A justiça iraniana também anunciou, no sábado, o enforcamento de dois homens considerados culpados de terem matado um paramilitar durante uma manifestação.

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