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Macron busca contentar profissionais da saúde franceses, que pedem melhores condições de trabalho

A imprensa francesa desta sexta-feira (6) destaca o pronunciamento do presidente francês, Emmanuel Macron, dirigido aos profissionais da saúde, em meio ao descontentamento nos hospitais e entre os profissionais liberais. Esta foi a primeira vez, desde 2017, que o presidente francês dedicou um pronunciamento exclusivo aos profissionais da saúde, lembram os jornais franceses.

A greve dos clínicos-gerais na França deve durar pelo menos até o dia 8 de janeiro.
A greve dos clínicos-gerais na França deve durar pelo menos até o dia 8 de janeiro. AFP - EMMANUEL DUNAND
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Os anúncios do chefe de Estado francês estão à altura dos recursos necessários à normalização do atendimento nos hospitais franceses, que estão lotados? Esta é a principal questão colocada pela imprensa no país. 

Macron se dirigiu à categoria de um estabelecimento de Corbeil-Essone, na região parisiense, onde visitaria o pronto-socorro pediátrico, que vive um de seus momentos mais críticos nos últimos anos. Em hospitais como este, não há leitos disponíveis: a França enfrenta a tripla epidemia de bronquiolite, gripe e Covid. 

Nesta quinta-feira, em Paris, milhares de clínicos gerais foram às ruas para reivindicar um aumento dos preços da consulta, que na França é estipulada em € 25 para a categoria, o equivalente a cerca de R$ 140.

Pelo menos 4.000 profissionais, segundo os organizadores, 2.300 de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Paris, se ajoelharam, mostraram seus estetoscópios e fizeram um minuto de silêncio, em protesto contra suas condições de trabalho. 

"Quando eu vou ao cabeleireiro, eu pago € 25. Será que uma consulta médica é equivalente? Durante uma consulta resolvemos às vezes cinco ou seis problemas de uma vez, e tudo isso em 15 minutos. Isso o governo não entende", contou  médico francês Yannis Charlon à RFI.

"Perda de tempo"

A manifestação foi organizada pelo coletivo "Médicos do Amanhã" e apoiada por diversos sindicatos. Caso as medidas sejam consideradas insuficientes, o risco é que muitos profissionais renunciem ao cotidiano difícil de atendimento à população. "Será que podemos criticar os colegas que se recusam a participar deste sistema que maltrata seus profissionais?", questiona o cardiologista Olivier Milleron, do hospital Bichat, membro do coletivo Inter-Hôpitaux, em entrevista ao jornal Le Monde

Os médicos têm a impressão de perder tempo com "coisas inúteis", escreve o Le Figaro. "Eu passo meus dias atendendo pacientes com um resfriado ou fazendo atestados, além de procurar especialistas para atender meus pacientes. Isso não faz parte da minha missão e do meu conhecimento", resume Thomas Le Berre, clínico-geral em um pequeno consultório em Rennes, na Bretanha.

A greve dos clínicos gerais deve continuar pelo menos até o dia 8 de janeiro.

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