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Bombeiros franceses escalam sete andares para salvar crianças e bebês em incêndio perto de Lyon

As dez vítimas do incêndio que atingiu um prédio na noite de quinta (15) para sexta-feira (16) em em Vaulx-en Velin, perto de Lyon, ainda estão sendo identificadas, de acordo com o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. Ele visitou o local da tragédia nesta manhã, acompanhado do ministro da Habitação francês, Olivier Klein. Entre os mortos estão cinco crianças entre 3 e 15 anos. O incêndio também deixou 19 feridos, segundo o último balanço divulgado pela Promotoria de Lyon.

Incêndio em prédio na perferia de Lyon deixou dez mortos.
Incêndio em prédio na perferia de Lyon deixou dez mortos. AP - Rimk'Of Bourara
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Quatro feridos estão "entre a vida e a morte", de acordo com Gérald Darmanin. "Ainda não pudemos identificar todas as pessoas. Isso pode levar horas e é uma prioridade para dar uma explicação às famílias, muitas delas tomadas pela emoção e a indignação", acrescentou. O incêndio, que já foi apagado, teve início por volta das 03h00 (23h00 de quinta-feira no horário de Brasília). Quase 170 bombeiros foram enviados ao local, segundo a prefeitura local.

O fogo começou no térreo e se espalhou para os andares superiores, prendendo os moradores em suas casas, enquanto a fumaça invadia as áreas comuns. "Foi terrível", disse o primo de um morador do quarto andar que conseguiu fugir pela escada com seus dois filhos.

"Vamos nos manter mobilizados nos próximos dias para acompanhar as famílias em luto", declarou o ministro do Interior francês. O objetivo é encontrar soluções de moradia para centenas de residentes afetados pelo drama, completou o ministro da Habitação, Olivier Klein. "Sem a rapidez dos bombeiros e seu heroísmo, o resultado teria sido ainda mais dramático", ressaltou Darmanin.

Segundo ele, graças aos bombeiros, que colocaram a própria vida em risco, 15 pessoas foram retiradas do imóvel. Sem acesso ao interior do prédio, eles escalaram a fachada do prédio até o sétimo andar para salvar crianças e bebês.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, esteve em Vaulx-en Velin nesta sexta-feira, onde um incêndio destruiu um prédio residencial
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, esteve em Vaulx-en Velin nesta sexta-feira, onde um incêndio destruiu um prédio residencial REUTERS - BENOIT TESSIER

Segundo o ministro, uma investigação vai determinar a origem do incêndio e há muitas "hipóteses e depoimentos" para serem analisados. Uma delas envolve o tráfico de drogas no local - 25 pessoas foram presas por este motivo, desde de janeiro, na rua onde fica o prédio. A última detenção ocorreu na noite do incêndio. "Muitas famílias falaram sobre isso e sobre um local ocupado por um grupo de sem-teto", mas ainda é cedo para se tirar conclusões", disse. A Promotoria de Lyon não descartou a "pista criminosa", de acordo com um comunicado.

Segundo o ministro da Habitação francês, o imóvel passou por reformas de emergência em 2019. Em um comunicado, a prefeitura de Lyon confirmou que o prédio, que integra um conjunto habitacional em estado de degradação, é alvo de um projeto de reforma, votado pelo orçamento municipal em janeiro.

"Tristeza"

Manifestações de solidariedade às vítimas e seus familiares foram publicadas nas redes sociais, no último dia de aulas na França antes das férias escolares de Natal e Ano Novo. "Tristeza pelo trágico incêndio que afetou Vaulx-en-Velin. Expresso meu apoio às vítimas e seus familiares", tuitou a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne.

A secretaria de Educação criou duas unidades de apoio psicológico na escola Jean-Vilar e na escola de ensino médio Simone-Lagrange, onde estudavam algumas das vítimas.

O incêndio ocorreu no bairro Mas du Taureau, uma área em transformação urbana, conhecida no passado por ser um subúrbio problemáticos de Lyon. 

A metrópole de Lyon lançou no início dos anos 2000 um programa de € 100 milhões de euros (US$ 106,5 milhões) para desenvolver o comércio local e o transporte público.

A taxa de pobreza em Vaux-en-Velin, uma cidade de cerca de 50.000 habitantes, foi de cerca de 33% em 2019, segundo as últimas estatísticas oficiais.

Este é um dos incêndios mais mortais registrados na França nos últimos anos. Em 2005, 24 pessoas morreram em um incêndio em um prédio usado por famílias de origem africana em Paris. Uma mulher foi presa por iniciá-lo jogando roupas em velas durante uma discussão.

(Com informações da AFP)

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