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Reforma ministerial levanta dúvidas sobre ambições ecológicas de Emmanuel Macron

Os jornais franceses desta terça-feira (5) destacam a reforma ministerial do governo francês, após perder a maioria absoluta na Assembleia Nacional e da tentativa frustrada de atrair a oposição para formar alianças. Para a imprensa, as mudanças não trazem novidades e, sobretudo, levantam dúvidas sobre as ambições ecológicas demonstradas pelo presidente Emmanuel Macron durante a campanha para a reeleição. 

O presidente francês Emmanuel Macron (centro) com a primeira-ministra Élisabeth Borne (direita) chegam ao palácio do Eliseu para o primeiro conselho de ministros do novo governo, em 4 de julho de 2022.
O presidente francês Emmanuel Macron (centro) com a primeira-ministra Élisabeth Borne (direita) chegam ao palácio do Eliseu para o primeiro conselho de ministros do novo governo, em 4 de julho de 2022. © AP/Christophe Petit Tesson
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Menos ecológico e menos paritário, o novo gabinete da primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, "mostra a dificuldade do Executivo para ampliar a sua base política, após o fiasco das legislativas", diz o jornal Libération

A publicação critica a escolha do prefeito da cidade de Angers, Christophe Béchu, que não é especialista em meio ambiente, como novo ministro da Transição Ecológica. Chamado de "betoneira" pelos jovens ecologistas da oposição, de acordo com o Libé, o prefeito se envolveu em uma polêmica por cortar árvores em sua cidade para a construção de vagas de estacionamento.  

Já o diário conservador Le Figaro afirma que o novo ministro de direita é defensor da circulação não motorizada e que teria desenvolvido, em Angers, no oeste da França, o sistema de aluguel de bicicletas e patinetes.  

"Batismo de fogo"

"Élisabeth Borne prepara um batismo de fogo na Assembleia", diz a manchete do Le Parisien sobre o discurso com as diretrizes de governo que a primeira-ministra fará na quarta-feira (6), uma prova difícil que está sendo preparada há uma semana, de acordo com o jornal. Borne deve fazer sua declaração de política geral, ocasião em que tradicionalmente o primeiro-ministro pede o voto de confiança do Parlamento para as suas decisões. Porém, já foi anunciado que a chefe do governo renunciou à tradição. As bancadas de esquerda, eleitas pela coligação Nupes, pretendem impor a votação para derrubar o governo durante a sessão.   

Le Parisien ainda traz um perfil do novo ministro da Saúde, François Braun. Médico intensivista do Hospital das Clínicas de Metz (leste) até ser nomeado para o governo, ele tem a difícil tarefa de encontrar soluções para a crise que abala o setor da saúde pública e que pode se agravar durante o mês de agosto, com a falta de profissionais nos prontos-socorros e o aumento do número de casos de Covid-19. 

Colegas que trabalharam com o novo ministro disseram à reportagem que além de "ótimo" médico, Braun "é um homem apaixonado pela profissão, que sabe enfrentar dificuldades e resistir". Outras qualidades citadas são "a determinação, o rigor e a capacidade de ouvir o outro".   

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