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Le Pen reconhece derrota e convoca franceses a elegerem deputados de extrema direita

Cerca de quinze minutos após a publicação da projeção de reeleição de Emmanuel Macron (República em Marcha), Marine Le Pen reconheceu, em um discurso, a derrota no segundo turno neste domingo (24). Em uma sala chique no parque de Bois de Boulogne, a oeste de Paris, a candidata do Reunião Nacional agradeceu o “resultado histórico” e convocou os franceses a votarem por deputados da extrema direita nas eleições legislativas, que acontecem em junho.

Marine Le Pen reconhece a derrota menos de 15 minutos após a divulgação dos primeiros resultados do segundo turno da eleição presidencial francesa.
Marine Le Pen reconhece a derrota menos de 15 minutos após a divulgação dos primeiros resultados do segundo turno da eleição presidencial francesa. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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Com um resultado estimado em 42% dos votos, Marine Le Pen lembrou que este apoio é uma “vitória retumbante” para a extrema direita francesa. A votação amplia em cerca de 8 pontos percentuais sua conquista em 2017. 

Le Pen aproveitou para convocar os franceses a elegerem deputados de seu partido no pleito que vai mudar a formação da Assembleia Nacional.

"O resultado desta noite é em si uma vitória retumbante", disse Marine Le Pen diante de seus apoiadores no pavilhão de Armenonville, no 16º distrito de Paris.

A candidata que concorreu a sua terceira eleição presidencial garantiu que "continuaria (seu) compromisso político" e apelou para a "batalha" da eleição legislativa em junho

"O jogo ainda não acabou", disse. "Estamos lançando hoje à noite a grande batalha eleitoral das eleições legislativas. E vou liderar esta batalha com todos que tiveram a coragem de se opor a Emmanuel Macron neste segundo turno", afirmou.

Com isso, a candidata estendeu a mão aos dois outros partidos de extrema direita que a apoiaram, o Reconquista de Éric Zemmour e o França de Pé de Nicolas Dupont-Aignant. E também deixou aberto o caminho para outras adesões, como a de políticos mais conservadores do tradicional Republicanos.

Le Pen deve concorrer à reeleição como deputada no Pas-de-Calais, seu curral eleitoral no norte da França. 

Logo após a divulgação do resultado, Éric Zemmour discursou lamentando a derrota. "Já faz muito tempo que aqueles que amam apaixonadamente a França são derrotados". O político pede a formação de um "bloco nacional" e a reunião de "todos os políticos de direita" para o legislativo.

Em seu primeiro mandato, Emmanuel Macron (República em Marcha) pode contar com uma Assembleia Nacional onde tinha maioria dos deputados. Este não parece ser o cenário que o espera após as eleições de junho.

Extrema direita mais forte do que nunca

O segundo turno deste domingo era uma reedição do combate travado entre os mesmos candidatos em 2017, mas mostrou uma extrema direita mais forte do que nunca.

Ao longo da campanha, Le Pen conseguiu suavizar sua imagem de extremista e aparecer como representante do povo, apostando na conquista dos franceses descontentes com os cinco anos do primeiro mandato de Macron –quase 60% da população.

Marine centrou seu discurso no poder aquisitivo, principal preocupação dos franceses. Ao longo da campanha, a candidata do Reunião Nacional conseguiu convencer parte importante da população de que tem capacidade de governar o país. Mais do que isso, reduziu o medo dos franceses dos políticos de extrema direita, sem para isso ter alterado profundamente seu programa.

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