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Franceses vão às ruas “pelo futuro” em véspera de eleição presidencial

Milhares de manifestantes foram às ruas "pelo futuro", neste sábado (9), por toda a França, por iniciativa de organizações e coletivos ambientalistas, antirracistas, feministas e antiprecariedade, na véspera do primeiro turno de uma eleição presidencial pouco marcada pela emergência climática.

A atriz francesa Marion Cotillard participa de uma manifestação para pedir aos candidatos presidenciais que levem em consideração a emergência climática. Paris, 9 de abril de 2022.
A atriz francesa Marion Cotillard participa de uma manifestação para pedir aos candidatos presidenciais que levem em consideração a emergência climática. Paris, 9 de abril de 2022. REUTERS - BENOIT TESSIER
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Ao todo, 83 eventos foram organizados neste sábado em Paris, Estrasburgo, Lyon, Toulouse, a pedido de mais de 300 associações, coletivos, sindicatos e movimentos locais, como o movimento cidadão Alternatiba, Greenpeace, Amigos da Terra, o coletivo feminista #NousToutes e da Fundação Abade Pierre.

Em Paris, cerca de 5,6 mil manifestantes se deslocaram em passeata entre a Praça da Bastilha e République, de acordo com a polícia. Para os organizadores, os participantes chegaram a 35 mil. Uma centena de "coletes amarelos" caminhavam à frente da manifestação.

"É um encontro sem precedentes", declara Lorette Philippot, porta-voz dos Amigos da Terra. “É para mostrar, no final deste mandato e no início do próximo, que esses problemas têm a mesma raiz. E se não podemos falar dos candidatos hoje, também é uma oportunidade para falar sobre assuntos que foram esquecidos durante a campanha", ele acrescenta.

Philippot se refere à lei do silêncio, que proíbe qualquer propaganda eleitoral, reunião pública ou divulgação de pesquisas de intenção de voto desde a meia-noite desta sexta-feira (8).

"Nós não estamos aqui para sugerir candidatos, mas é preciso participar", disse Youcef Brakni, do Comitê Adama. “É o mesmo sistema econômico e político que produz todas essas opressões”.

“Fim do mundo, fim do mês”

Essas manifestações, distribuídas em todo o país, teriam reunido um total de 60 mil manifestantes, afirmam os organizadores. Em Lyon, teriam sido 1,6 mil pessoas, de acordo com a prefeitura, e 3 mil para os organizadores. A passeata foi marcada por slogans e bandas de música e em alguns momentos cruzou a cidade sob a chuva.

O Greenpeace exibiu um globo gigante, que já havia marcado presença em outras manifestações em Lyon. "Fim do mundo, fim do mês, mesma luta", dizia uma faixa da Alternatiba, principal associação organizadora do evento.

Em Bordeaux, os manifestantes (3 mil para os organizadores, 900 para a prefeitura) ganharam às ruas sob o sol. "Aconteça o que acontecer em nível eleitoral, é tarde demais. O IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] dá três anos para reverter a curva de emissões de carbono", explicou à AFP um porta-voz do coletivo "Il est encore temps" [Ainda dá tempo] e membro da Extinction Rébellion.

Desde o final de fevereiro, especialistas em clima da ONU publicaram dois grandes relatórios de referência sobre o clima, confirmando a urgência de reverter a curva de emissões de gases de efeito estufa muito rapidamente.

Em Estrasburgo, cerca de 300 pessoas, segundo a prefeitura, protestaram ao som de gritos de "estamos mais quentes, mais quentes, mais quentes que o clima" e atrás de uma faixa do Greenpeace que proclamava "Clima: parem o blá blá blá, passemos às ações".

(Com informações da AFP)

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