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Guerra na Ucrânia: mercenários e soldados voluntários estrangeiros engrossam resistência ucraniana

Um dos trunfos da resistência ucraniana face ao invasor russo são os combatentes estrangeiros que se unem às forças nacionais. São voluntários de diversos países, de horizontes diferentes e motivações variadas. Os jornais Libération e Le Figaro desta quinta-feira (17) falaram com vários soldados estrangeiros na Ucrânia.

Um crachá é retratado em um uniforme de um combatente estrangeiro do Reino Unido, pois ele e outros voluntários estão prontos para partir em direção à linha de frente no leste da Ucrânia após a invasão russa, na estação principal de trem em Lviv, Ucrânia, 5 de março de 2022.
Um crachá é retratado em um uniforme de um combatente estrangeiro do Reino Unido, pois ele e outros voluntários estão prontos para partir em direção à linha de frente no leste da Ucrânia após a invasão russa, na estação principal de trem em Lviv, Ucrânia, 5 de março de 2022. REUTERS - KAI PFAFFENBACH
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Se eles estão na Ucrânia para lutar foi porque Damian os chamou. No caso, Damian, 41 anos, é um americano, veterano de guerra, constata a reportagem do jornal francês Libération. A amizade com mercenários de todos os cantos do mundo surgiu em outro cenário de combate, na Síria, quando lutavam contra o grupo Estado Islâmico, entre 2015 e 2017.

Damian veio lutar pelo país de sua mulher e seu filho. Na vida civil, ele trabalha para a gigante americana Amazon. No momento, está em licença não remunerada.

O francês Max, 33 anos, ex-motorista de caminhão, foi convocado pelo americano. “Quando se sabe combater, é nosso dever ajudar os outros”, diz ao Libé. O inglês Andrew, 49, opina: “Os combatentes falam sobre defender a democracia e a liberdade, mas no fundo todos temos razões pessoais para estarmos aqui”.

Eles recusam pagamento do exército ucraniano. O plano A era instalar um centro de formação ao combate em Lviv. A segunda opção era iniciar um centro de formação médica. Finalmente escolheram a opção C, de partir à frente de batalha.

Um combatente estrangeiro do Reino Unido posa para uma foto, pois ele e outros voluntários estão prontos para partir em direção à linha de frente no leste da Ucrânia após a invasão russa, na estação principal de trem em Lviv, Ucrânia, 5 de março de 2022. Fotografia tirada em 5 de março de 2022.
Um combatente estrangeiro do Reino Unido posa para uma foto, pois ele e outros voluntários estão prontos para partir em direção à linha de frente no leste da Ucrânia após a invasão russa, na estação principal de trem em Lviv, Ucrânia, 5 de março de 2022. Fotografia tirada em 5 de março de 2022. REUTERS - KAI PFAFFENBACH

Escolher os inimigos

O britânico Peter, 37 anos, assume ser um mercenário. “Assim posso escolher meus inimigos”, diz. Fanático por guerras, ele se alistou aos 16 anos no exército real britânico. No momento, tirou “férias” da guerra no Congo para lutar na Ucrânia.

Já o jornal Le Figaro acompanhou um batalhão checheno que luta ao lado dos ucranianos. “Há décadas que eu combato os russos”, explica um líder voluntário nascido nas montanhas que dominam a pequena Chechênia, de maioria muçulmana, parte da Federação da Rússia. Nos anos 2000, ele retirou a família da Chechênia e hoje ela está instalada na Suécia. “Eu parti para a Ucrânia, onde vivi escondido. Os homens de Putin têm espiões por todos os lados e não hesitam em assassinar ou prender os opositores chechenos, onde estiverem”, explica.

“Não nos vemos como uma milícia chechena, mas como um grupo que defende a liberdade dos povos do Cáucaso contra a Rússia de Putin”, resume o soldado checheno ao Figaro.

Ele diz acreditar em uma união de “bravos”, vindos da Chechênia, Abecásia, Inguchétia, Daguestão... “Compartilhamos a raiva do povo ucraniano contra Putin e essa Rússia que pensa ser invencível”, relata. Ele acrescenta que, se a Ucrânia perder essa guerra que a Rússia começou, “todos os ex-países soviéticos vão perder liberdade, independência e esperança.

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