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Greve de professores contra protocolo de testes de Covid-19 deve ter 75% de adesão na França

A imprensa francesa informa nesta quarta-feira (12) que a greve de professores prevista amanhã nas escolas em todo o país deve ter forte adesão. O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, é alvo de duras críticas dos docentes, acusado, entre outras queixas, de improvisar na gestão dos testes de Covid-19 e de não fornecer equipamento de proteção adequado para enfrentar a onda da ômicron.

O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, em visita a escola primária de La Ferté-Milon, a 92 km de Paris. 22/03/2021.
O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, em visita a escola primária de La Ferté-Milon, a 92 km de Paris. 22/03/2021. AFP - FRANCOIS LO PRESTI
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A paralisação nacional pode ser a maior greve vista no setor nos últimos 20 anos, segundo a imprensa. Professores, auxiliares de ensino e até médicos e enfermeiros que fazem as visitas escolares sairão em passeata no início da tarde de quinta-feira, em Paris, para denunciar a política erratíca do ministro da Educação no combate à Covid-19. 

O jornal Le Figaro prevê uma adesão de 75% dos professores do ensino fundamental e médio. A metade das escolas em todo o país devem ficar fechadas. O maior sindicato da categoria diz que não se trata de uma greve contra a Covid-19, como disse ironicamente o ministro, mas de uma mobilização para demonstrar as dificuldades enfrentadas nesta quinta onda, principalmente em relação a um protocolo de testes impossível de ser cumprido. Uma grande federação de pais de alunos apoia o movimento.

Testes três vezes por semana

Em meio à explosão das contaminações da ômicron, os professores se queixam que só foram informados pelo Ministério sobre o protocolo de testes a ser adotado nas escolas na véspera da volta às aulas, em 3 de janeiro. Na primeira circular, as autoridades impuseram três testes em uma semana, incluindo um PCR, para todas as crianças do ensino elementar que tivessem contato com um colega de sala positivo para o coronavírus. Logo essa exigência se mostrou impraticável pela sobrecarga dos laboratórios. A irritação dos pais aumentou quando os testes rápidos de antígeno, oferecidos gratuitamente às famílias, esgotou nas farmácias.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, tentou remediar o descontentamento, flexibilizando o protocolo, mas o episódio, considerado como uma falta de respeito com os professores, foi a gota d'água de quase dois anos de medidas anunciadas de última hora e protocolos constantemente revistos. 

Até agora, recorda o jornal Le Parisien em seu editorial, a França pôde se orgulhar de manter as escolas abertas durante a pandemia. Mas a variante ômicron, muito mais transmissível, modificou esse cenário. O número de casos positivos nas salas de aula torna a situação insustentável para os pais, que devem testar os filhos três vezes por semana, e professores, também afetados pela doença e licenças médicas.

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