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Pane em números de emergência na França pode ter levado à morte de quatro pessoas

A operadora telefônica francesa Orange anunciou nesta sexta-feira (4) ter lançado uma investigação "aprofundada" para identificar os problemas que geraram a pane de números de emergência em toda a França. O incidente, inédito, pode ter levado à morte de pelo menos quatro pessoas, entre elas um bebê, de acordo com um balanço provisório.

Falha nos sistemas telefónicos deixa França sem linhas de emergência
Falha nos sistemas telefónicos deixa França sem linhas de emergência AP - Ludovic Marin
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Segundo um comunicado do grupo, a investigação permitirá esclarecer o incidente e elencar recomendações para evitar que ele se reproduza. As conclusões devem ser anunciadas dentro de sete dias. 

Na última quarta-feira (2), durante sete horas, à partir das 16h45 no horário local, os números fraceses da polícia, dos bombeiros e do SAMU, que atende emergências médicas, ficaram praticamente inacessíveis em toda a França, obrigando as pessoas a ligar inúmeras vezes para obter atendimento ou a usar linhas diretas criadas com urgência pelas autoridades.

Equipamentos de seis locais diferentes entraram em pane ao mesmo tempo, explicou o CEO da Orange, Stéphane Richard. "Isso nunca aconteceu, é de fato grave e raro", declarou. A operadora se desculpou nesta quinta-feira (3) pelo incidente.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, criticou "problemas graves e inaceitáveis" e anunciou que pelo menos três pessoas – um morador da Bretanha e dois da Ilha da Reunião – morreram de infarto. No início da noite, a secretaria de Segurança Pública da região da Vendée, no oeste da França, anunciou a morte de uma criança de 2 anos e 4 meses, que teria ocorrido por falta de atendimento provocada pela pane.

A Promotoria de Vannes, na região do Morbihan, na Bretanha, também abriu uma investigação após a morte de um homem de 63 anos no Pronto-Socorro de Vannes. "Estamos à disposição das instituições que realizam esse tipo de investigação", disse Richard, à rádio RTL. "Vamos colaborar independentemente do resultado", assegurou.

O inquérito deverá determinar se as mortes estão relacionadas às panes. "O que sabemos é que as pessoas declararam que tentaram ligar diversas vezes e não conseguiram falar com os operadores", disse Darmanin, em visita a um hospital na Tunísia.

Ataque cibernético

O CEO da operadora descartou a hipótese de um ataque cibernético. A hipótese mais provável é a de uma falha nos programas que gerenciam a rede telefônica, declarou. Inicialmente, a Orange atribuiu o incidente a um defeito no roteador, equipamento encarregado do fluxo das comunicações. De acordo com o Ministério do Interior, a situação melhorou durante o dia e os números alternativos de emergência ainda estão funcionando nesta manhã. 

Uma nova reunião de crise foi agendada nesta sexta-feira, com a participação do primeiro-ministro francês, Jean Castex. "Ainda é cedo para tirar conclusões, mas é claro que estamos preocupados", disse na quinta-feira o presidente francês, Emmanuel Macron. O governo abriu uma auditoria e lembrou que a Orange "tem uma obrigação de resultados" para assegurar o acesso aos números de emergência.

Na quinta-feira passada, a Assembleia Nacional havia adotado em primeira leitura uma proposta de lei que visa instaurar um número único, como o "911" nos Estados Unidos. O texto agora deve passar pelo Senado.

(Com informações da AFP)

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