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De olho na reeleição, Macron viaja pela França; Marine Le Pen lidera pesquisa para 2022

Uma pesquisa de opinião divulgada nesta quarta-feira (2) aponta que se a eleição presidencial francesa fosse hoje, a líder da extrema direita, Marine Le Pen, sairia na frente no primeiro turno, mas encontraria dificuldades no segundo. Esse resultado potencial é revelado no mesmo dia em que Emmanuel Macron inicia um giro pela França. O chefe de Estado vai visitar várias regiões do país no que está sendo visto como um programa de pré-campanha de reeleição, menos de um ano antes do pleito.

O presidente francês Emmanuel Macron começou um giro pele país com ares de pré-campanha em busca da reeleição
O presidente francês Emmanuel Macron começou um giro pele país com ares de pré-campanha em busca da reeleição AP - John Thys
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De acordo com o estudo realizado pelo instituto Harris Interactive para a revista Challenges, Marine Le Pen lideraria o primeiro turno da eleição presidencial francesa, seguida de perto por Emmanuel Macron. A líder da extrema direita teria 28% dos votos, enquanto o atual presidente reuniria entre 25% e 27% dos votos, dependendo do nome do seu outro oponente à direita.

Do outro lado do tabuleiro, o chefe da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, reuniria entre 12% e 13% dos votos, enquanto a socialista e prefeita de Paris, Anne Hidalgo, teria entre 6% e 7%, tecnicamente empatada com o representante ecologista, Yannick Jadot, com 6%.

Mas a pesquisa aponta que, diante desse cenário, o atual chefe de Estado, cujo partido LREM (A República em Marcha) foi criado se apresentando como sendo “nem de direita, nem de esquerda”, venceria no segundo turno, com 54% dos votos, contra 46% para a líder da extrema direita.

A diferença é menor que a registrada em 2017, quando Macron obteve 66,1% dos votos e Le Pen, 33,9%.

Pesquisas feitas em abril chegaram a apontar chances "reais" de Marine Le Pen conquistar o segundo turno, mostrando que a disputa tem tudo para ser acirrada até maio de 2022, quando acontece a eleição. 

"Tour de France"

O presidente francês, cuja popularidade está em ascensão de acordo com as pesquisas, ainda não oficializou sua candidatura a um segundo mandato. No entanto, a turnê iniciada nesta quarta-feira (2) é vista por seus opositores como um tiro de largada para a campanha presidencial.

A viagem do chefe de Estado começou na região da Occitânia, no Sudoeste, e o levará a pelo menos uma dezena de localidades entre junho e julho. Sua comitiva nega que se trate de uma pré-campanha eleitoral, e afirma que esse "tour de France" tem apenas como objetivo "tomar o pulso" da França pós-Covid e "entrar em contato com o povo", após 14 meses de restrições devido à pandemia.

O chefe de Estado, que vai passar dois dias na Occitânia, pretende conversar sobre as dificuldades do setor do turismo, muito afetado pela pandemia, mas também ouvir as queixas dos franceses.

Macron gosta dessas viagens e debates com os cidadãos, exercício que já realizou em 2018, bem como por ocasião do "grande debate" nacional de 2019 que se seguiu à crise dos coletes amarelos, o movimento social que abalou seu mandato.

Reforma da previdência é pedra no sapato de Macron

Espera-se que ao final de sua viagem, na primeira quinzena de julho, Macron defina o rumo que pretende dar aos últimos dez meses de sua presidência. Entre as questões que ainda precisam ser decididas está a implementação de projetos de longo prazo, como a polêmica reforma da previdência e do seguro-desemprego, deixada de lado devido à Covid-19.

A reforma previdenciária, que visa estabelecer um novo sistema de cálculo, por pontos, provocou dois meses de greves nos serviços públicos e gigantescas manifestações no final de 2019 e início de 2020. Isso antes de estourar a crise do coronavírus, que deixou mais de 110 mil mortos na França, e pressionou Macron a lançar uma política de ajuda econômica e social maciça para amortecer o golpe.

Em um momento em que a França está gradualmente retomando uma vida quase normal, após três confinamentos nacionais e em meio a uma campanha de vacinação em massa, o presidente aproveitará essas visitas públicas para testar suas reformas.

(Com informações da AFP)

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