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Começa julgamento de superfaturamento da campanha presidencial de Sarkozy em 2012

O julgamento sobre superfaturamento nas contas da campanha eleitoral do ex-presidente Nicolas Sarkozy, em 2012, começa nesta quinta-feira (20) em Paris, depois de ter sido adiado em março devido a um caso de Covid-19 entre os advogados de defesa. 

Nicolas Sarkozy enfrenta acusação de financiamento ilegal da campanha eleitoral de 2012.
Nicolas Sarkozy enfrenta acusação de financiamento ilegal da campanha eleitoral de 2012. ludovic MARIN POOL/AFP/File
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Ao todo, 14 réus, a maioria ex-funcionários do partido conservador UMP e diretores da empresa Bygmalion, contratada para organizar os eventos de campanha de Sarkozy, respondem a acusações variadas. As investigações reveleram que o partido de direita apresentou notas fiscais frias de milhões de euros devidos à Bygmalion para justificar as despesas excessivas da campanha eleitoral. No total, segundo os investigadores, teriam sido gastos € 42,8 milhões, cerca de R$ 277 milhões, quase o dobro do teto legal autorizado de € 22,5 milhões (R$ 145 milhões). 

Sarkozy responde à acusação de "financiamento ilegal da campanha eleitoral", o que sempre negou. Se for considerado culpado pelos juízes, o ex-presidente de direita poderá ser condenado a um ano de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de € 3.750, cerca de R$ 24 mil. 

A investigação não revelou que Sarkozy tenha decidido implementar o esquema de fraudes, nem que tenha participado diretamente da montagem das notas frias ou sido informado sobre essas faturas. Mas "sem dúvida ele se beneficiou com isso", justificam os juízes de instrução no despacho de acusação enviado ao tribunal. 

Ex-presidente ausente na abertura das audiências

Sarkozy não deve comparecer à abertura dos trabalhos nesta quinta-feira. O ex-presidente deve ser questionado pelo tribunal na semana de 14 de junho, mas não há certeza se ele comparecerá a alguma das audiências. O julgamento tem data de encerramento prevista em 22 de junho. Nas próximas quatro semanas, os juízes terão de esclarecer como essa quantia exorbitante pode ter sido gasta, quem determinou a criação da dupla contabilidade e quem sabia da existência do esquema. 

O diário econômico Les Echos diz que, à exceção de um dos réus, Jérôme Lavrilleux, que era vice-diretor de campanha, e de alguns empregados da empresa Bygmalion, que reconheceram a "maquiagem" das notas fiscais, todos os outros réus, executivos do partido UMP, dizem desconhecer a contabilidade paralela. Os implicados no caso responderão às acusações de falsificação, cumplicidade no financiamento ilegal de campanha, fraude e quebra de confiança. Pessoas que conhecem bem o caso dizem que haverá um acerto de contas no tribunal.

Em março passado, Sarkozy foi condenado a três anos de prisão, um em regime fechado, por corrupção e tráfico de influência no chamado escândalo dos grampos telefônicos. Ele se tornou o primeiro ex-chefe de Estado francês a receber uma pena em regime fechado. Os advogados de defesa entraram com um recurso na Justiça para suspender essa condenação.

Além do caso Bygmalion, Sarkozy ainda enfrenta outras investigações.

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