Acessar o conteúdo principal

Milhares vão às ruas em Paris no Dia Internacional da Mulher contra desigualdade

Os manifestantes pediram mais igualdade entre homens e mulheres em um desfile na capital francesa, que reuniu 37 movimentos sindicais, feministas e políticos.

Manifestação em Paris pelos direitos das mulheres
Manifestação em Paris pelos direitos das mulheres AFP - THOMAS SAMSON
Publicidade

O tema da passeata neste ano foi a desigualdade de gênero, que foi acentuada pela crise sanitária, segundo os organizadores. As participantes carregavam cartazes denunciando os salários mais baixos, a falta de valorização, o encargo das tarefas domésticas e as violências sexistas e sexuais. Frases como "O feminismo nunca matou ninguém, o machismo mata todos os dias" estampavam alguns dos cartazes.

"É uma pena que a gente ainda tenha que manifestar em 2021 para pedir igualdade de direitos", disse Lucie, uma das participantes, estudante da universidade Sorbonne. Em sua opinião, a pandemia foi responsável fez "recuar" a luta pelo direito das mulheres. 

Lola, 30 anos, veio manifestar por um "melhor reconhecimento" de sua profissão, "sage-femme", enfermeiros especializadas no acompanhamento da gravidez e que realizam os partos naturais. Na França, são necessários cinco anos de estudos para obter o diploma e exercer a profissão nos hospitais. As vagas são ocupadas praticamente só por mulheres.

Violências sexistas

O cortejo saiu de Port Royal, no 6º distrito, em direção à praça da República, no 11º distrito da capital. Durante a manifestação, foram feitas várias paradas simbólicas - uma delas diante de um Mc Donald´s, onde um coletivo de assalariados denunciou uma política de discriminação sexista sistêmica. Na frente da Sorbonne, as militantes também leram testemunhos de estudantes que denunciam violências sexistas.

Outras paradas estão previstas durante o protesto diante do palácio de Justiça de Paris ou na praça Chatelet, no centro da capital, para sensibilizar a população à situação precária dos trabalhadores da Cultura.

Protestos no domingo

Milhares de mulheres já haviam manifestado neste domingo (7) nas principais cidades da França, em defesa de seus direitos. A mobilização reuniu 3.000 manifestantes em Lyon, 1.200 em Montpellier, centenas em Marselha, Toulouse e em outras cidades importantes do país.

Agitando bandeiras violetas e cartazes em que denunciavam o "sexismo patriarcal", as manifestantes expressaram sua "determinação" de continuar lutando por seus direitos.

Depois das "polonesas, que se atreveram a parar tudo pelo direito ao aborto", das argentinas, das espanholas e das suíças, "todas paramos na segunda-feira", afirmou Suzy Rojtman, do Coletivo Nacional para os Direitos das Mulheres.

Espanholas também manifestam

Manifestações pelo Dia da Mulher aconteceram nesta segunda-feira (8) em várias cidades da Espanha, onde o movimento feminista ganhou grande força nos últimos anos, exceto em Madri, onde foram proibidas devido à pandemia do coronavírus. Barcelona, Sevilha, Cadiz e dezenas de outras cidades têm manifestações violetas (a cor do movimento) previstas.

Alguns murais de protesto das mulheres foram vandalizados em várias cidades na madrugada de domingo para segunda, como um em Madri que mostrava rostos de Frida Kahlo, Rosa Parks e Rigoberta Menchú, com frases pintadas que diziam "Stop feminazis" e "violência não tem gênero".

Consentimento explícito

"Resta muito trabalho a ser feito. Se há algo que não dá para desistir, rompendo os preconceitos que ainda persistem, é da luta feminista, porque nós arriscamos tudo, o progresso, a decência como país e o crescimento econômico", disse o presidente do governo, Pedro Sánchez, em um ato no Ministério da Igualdade. Ele prometeu a aprovação da lei conhecida como "apenas sim é sim", um projeto legislativo que introduz a noção de consentimento explícito nas relações sexuais.

Desde 2003, quando começaram a ser levados em conta oficialmente os feminicídios na Espanha, 1.082 mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros ou ex-companheiros, 45 delas em 2020 e 4 no decorrer do ano.O 8 de março se tornou um encontro obrigatório das feministas es panholas desde 2018, quando ocorreu uma greve inédita e uma manifestação gigantesca com centenas de milhares de pessoas.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.