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México solicita cancelamento de leilão de objetos pré-hispânicos em Paris

O México solicita o cancelamento do leilão que será realizado nesta terça-feira (9) em Paris, na Christie’s, quando serão apresentadas 33 peças pré-hispânicas que o país exige que sejam devolvidas, argumentando que seu lugar é no México e não em uma sala de leilões europeia. Uma afirmação que parece ser apenas o último episódio de uma verdadeira cruzada mexicana contra a comercialização de seu patrimônio cultural espalhado pelo mundo.

O leilão de objetos mexicanos da era pré-hispânica está programado para ser realizado na terça-feira, 9 de fevereiro, na Christie's, em Paris.
O leilão de objetos mexicanos da era pré-hispânica está programado para ser realizado na terça-feira, 9 de fevereiro, na Christie's, em Paris. AFP - JEAN-PIERRE MULLER
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Alix Hardy, correspondente da RFI no México

O México considera que as peças que saíram do seu território foram necessariamente roubadas pelo atual proprietário. Mas, pelo contrário, a França dá ao proprietário o benefício da dúvida.

“Na França, na ausência de evidências em contrário, presume-se que esses objetos foram obtidos legalmente”, comenta Daniel Salinas, historiador e arqueólogo mexicano. Deveria ser o oposto disso. O comprador deve provar a compra. Onde está a licença de exportação? O que seria obviamente impossível, uma vez que esses papéis não existem", acusa Salinas.

O México também afirma, mesmo sem ter tido acesso ao material, que algumas das obras mais proeminentes não são peças originais, mas meras cópias sem valor.

“O México regularmente faz esse tipo de declaração, especialmente para desacreditar as vendas”, comentou um arqueólogo. Mas sejam elas verdadeiras ou falsas, essas peças acabam apresentando o mesmo problema: ao serem vendidas a preços elevados, contribuem para o mercado de arte, alimentando a demanda por novas peças e estimulando o saque arqueológico para atender a essa demanda", explicou à RFI.

Embora as reivindicações mexicanas nunca tenham tido um impacto jurídico real, elas ajudam a conscientizar os compradores e o público em geral das contradições do antigo mercado de arte.

“No México já estamos cientes da falta de ética neste mercado, mas temos que explicar internacionalmente porque é tão problemático. Uma das soluções possíveis seria, portanto, apostar numa reviravolta da opinião pública como aconteceu com os safaris: durante muito tempo, foi considerado muito glamoroso caçar elefantes em África e ter o seu próprio .troféu sobre a lareira. Mas agora, é condenado pela sociedade. "

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