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França: em plena epidemia, greve de lixeiros deixa Marselha coberta de dejetos

O lixo se acumulava nesta segunda-feira (27) em alguns bairros de Marselha, onde a greve dos lixeiros já entra em seu 12º dia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da região de Bouches-du-Rhône, onde fica a cidade, no sul do país, mais de 900 toneladas de dejetos não puderam ser coletados desde o início do movimento.

Dejetos inundam ruas de Marselha.
Dejetos inundam ruas de Marselha. AFP - NICOLAS TUCAT
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Os bairros mais atingidos são o do Panier, no centro, e os situados no norte da cidade francesa. "Por enquanto não há uma saída para a crise. Os assalariados se recusaram a respeitar a ordem emitida na manhã desta segunda-feira (28) pela Secretaria de Segurança Pública por razões sanitárias", declarou, em um comunicado, a assessoria de imprensa da região de Aix-Marseille-Provence, encarregada da limpeza pública de Marselha.

Na expectativa de uma negociação e da chegada de funcionários de outra empresa privada, que vão realizar o trabalho em alguns dos bairros, a prefeitura da cidade anunciou a instalação de oito lixeiras até terça-feira (29), nos setores mais atingidos.

"Desta forma, os habitantes não serão mais obrigados a jogar lixo na rua", indicou a prefeitura da cidade. A empresa Derichebourg-Polyceo, que normalmente é responsável o serviço, está sendo multada em € 1500 (cerca de R$ 9.000) por dia por conta da greve. 

A paralisação de 220 empregados do grupo começou no dia 17 de dezembro. Os funcionários exigem a substituição do diretor da filial em Marselha, que eles acusam de assédio. Os grevista também pedem a contratação temporária de um lixeiro, que teve sua proposta cancelada no último momento.

Movimento vai continuar

Segundo o representante do sindicato FO, Lionel Martini, apesar da ordem emitida pela Secretaria de Segurança Pública, os funcionários não retornarão ao trabalho. "É impossível forçar assalariados do setor privado, mesmo que exerçam funções públicas", declarou, dizendo que entraria com um recurso no tribunal administrativo de Marselha.

Os grevistas correm o risco de serem multados em € 10.000 (cerca de R$ 60.000) e de pegarem seis meses de prisão. Denunciando um "movimento irracional", Thomas Derichebourg, presidente da empresa, criticou a greve e disse que não cederá ao "ultimato" para que o diretor da filial deixe a empresa.

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