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Enterro de assassino de professor francês é acompanhado por 200 pessoas na Chechênia

Abdullakh Anzorov, o homem que decapitou Samuel Paty, o professor de História e Geografia francês, na saída de uma escola em outubro na periferia de Paris foi enterrado nesse domingo (6) na república russa da Chechênia. De acordo com o site Kavkazski Uzel, o funeral aconteceu em Shalazhi, cidade que fica a 40 quilômetros da capital chechena, Grozni.

Homenagem ao professor Samuel Paty, decapitado pelo russo de origem chechena Abdoullakh Anzorov
Homenagem ao professor Samuel Paty, decapitado pelo russo de origem chechena Abdoullakh Anzorov AP - Michel Euler
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Abdoullakh Anzorov, de 18 anos, morava na França como refugiado de origem chechena. Ele decapitou o professor Samuel Paty no dia 16 de outubro, após mostrar caricaturas do profeta Maomé durante suas aulas sobre liberdade de expressão. O caso gerou comoção nacional.

O agressor assumiu o crime em uma mensagem de áudio em russo. Ele afirmou ter "vingado o profeta" Maomé e criticou o professor por tê-lo "mostrado de maneira ofensiva". Anzorov foi morto pela polícia no local do ataque ao professor.

O acesso à cidade foi bloqueado pelas autoridades durante o enterro. No entanto, vídeos enviados por mensagens de Telegram mostravam um número grande de pessoas acompanhando com canto o caixão do jovem, em um cortejo debaixo da neve.

Segundo Baza, um canal de Telegram muito conhecido na região, cerca de 200 pessoas –entre parentes e amigos da família Anzorov-- compareceram ao funeral. Mais de 60 policiais participaram na proteção do cortejo.

Até então, a imprensa oficial chechena não tinha divulgado informações sobre o repatriamento do corpo ou sobre o enterro.

Líder checheno condenou caricaturas

Nesta segunda (7), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse não ter informações sobre o enterro e descreveu o assassinato de Samuel Paty como "um ato terrorista". "Estamos falando de um assassino, um terrorista. E esses atos são condenados e absolutamente inaceitáveis", disse a jornalistas.

À época do atentado, o líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, havia condenado o ataque contra o professor francês, mas também criticou violentamente a defesa do presidente francês, Emmanuel Macron, das caricaturas de Maomé, acreditando que ele estava empurrando os muçulmanos "para o terrorismo".

As caricaturas do profeta Maomé haviam sido publicadas pelo diário Charlie Hebdo em 2015, mesmo ano do atentado à redação. Na ocasião, várias centenas de milhares de manifestantes protestaram em Grozny.

(Com informações da AFP)

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