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França reivindica morte de comandante jihadista ligado à Al-Qaeda no Mali

A França anunciou nesta sexta-feira (13) a morte de um comandante jihadista de primeiro escalão, vinculado à Al-Qaeda, no Mali. Bah Ag Moussa estava associado a vários ataques na região africana do Sahel nos últimos anos.  

Soldados da operação militar francesa Barkhane mataram o líder jihadista Bah Ag Moussa, "comandante militar" do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), ligado à Al-Qaeda.
Soldados da operação militar francesa Barkhane mataram o líder jihadista Bah Ag Moussa, "comandante militar" do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), ligado à Al-Qaeda. AP - Christophe Petit Tesson
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A ministra francesa da Defesa, Florence Parly, indicou, em um comunicado, uma operação com "importantes meios de inteligência e um dispositivo de interceptação integrado por helicópteros e tropas em terra" para chegar até Bah Ag Moussa. Ele é descrito como "comandante militar" do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), ligado à Al-Qaeda.

Segundo o comunicado, Bah Ag Moussa é considerado como o "responsável por vários ataques contra as forças do Mali e forças internacionais", assim como dos "principais líderes militares jihadistas do Mali, encarregado sobretudo pela formação dos novos recrutas". 

De acordo com o porta-voz do Estado-Maior francês, o coronel Frédéric Barbry, os militares tentaram interceptar a caminhonete do jihadista, que estava acompanhado por outras quatro pessoas não identificadas, a 100 quilômetros de Menaka, no leste do Mali.

"Os ocupantes, que estavam fortemente armados, abriram fogo", disse. O confronto durou 15 minutos e os cinco homens foram mortos, de acordo com o coronel.

Avanço para a segurança do Sahel

Em junho, o exército francês matou o líder histórico da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi), Abdelmalek Droukdal. Mas a morte deste homem, que permanecia afastado do campo de batalha, não mudou a situação de segurança na região do Sahel. A morte de Ag Moussa, conhecido como "Bamoussa", um ex-oficial do exército do Mali, mas também membro fundador do grupo jihadista Ansar Dine, pode ser mais significativa.

De origem tuaregue, considerado um "terrorista" pela ONU e o governo dos Estados Unidos, Ag Moussa foi um dos protagonistas das rebeliões desta etnia dos anos 1990 e 2000. Ele seria responsável por importantes ataques contra as forças do Mali, incluindo atentados em julho de 2016 e março de 2019, que deixaram 20 mortos cada.

Segundo o think-tank Counter Extremist Project, desde 2017 Ag Moussa era o "dirigente operacional" do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos liderado pelo chefe tuaregue Iyad Ag Ghaly. O grupo se tornou uma das principais forças jihadistas no Sahel junto ao rival Grupo Estado Islâmico do Grande Sahara.

Em guerra aberta um contra o outro, ambos são o alvo prioritário da operação militar francesa Barkhane, realizada desde 2014 e que conta com mais de 5.000 soldados. 

Líder da etnia tuaregue

Embora seja considerado como o responsável por violentos ataques contra as forças do Mali, Ag Moussa era popular entre os membros da comunidade tuaregue. "Ele era menos visto como um jihadista e considerado como um líder histórico da contestação tuaregue", explica Ferdaous Bouhlel, pesquisadora associada à universidade de Tours, no centro oeste da França. 

No início de 2020, o presidente do Mali, Ibrahim Boubakar Keita, disse que estava disposto ao diálogo com grupos jihadistas e enviar emissários para negociar com o chefe tuaregue Iyad Ag Ghaly e o pregador Amadou Koufa. No entanto, Keita foi deposto por uma junta militar em agosto

Em uma visita em outubro à Bamako do chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, o primeiro-ministro interino do Mali, Moctar Ouane, defendeu "a necessidade de um diálogo com os grupos armados. No entanto, o governo francês descarta a possibilidade. "Não podemos negociar com grupos jihadistas que não renunciaram ao combate terrorista", afirmou recentemente a ministra francesa da Defesa, Florence Parly.

A morte de Ag Moussa confirma que a opção militar continua sendo privilegiada pela França, que recentemente anunciou operações contra o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos e o Grupo Estado Islâmico do Grande Sahara. Para especialistas nesta questão, ao insistir neste objetivo, o governo francês corre o risco de atrasar negociações de paz na região. 

(Com informações da AFP)

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