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Promotoria francesa encontra ligação entre assassino de professor e terrorista de Nice

Uma foto do assassino do professor Samuel Paty, decapitado em 16 de outubro nas proximidades de Paris, e uma mensagem vocal qualificando a França de “país de infiéis” foram encontradas no telefone do autor do atentado que deixou 3 mortos, em 29 de outubro, em Nice, segundo o Ministério Público antiterrorista da França (Pnat), nesta sexta-feira (13). Segundo a promotoria, ainda é cedo para saber se houve colaboração entre os terroristas.

Pessoas prestam homenagem às vítimas do ataque com faca no exterior da basílica de Notre Dame, em Nice, em 30 de outubro.
Pessoas prestam homenagem às vítimas do ataque com faca no exterior da basílica de Notre Dame, em Nice, em 30 de outubro. REUTERS - ERIC GAILLARD
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Ainda de acordo com o Pnat, a verificação do telefone do tunisiano Brahin Aouissaoui também mostrou “fotografias ligadas” ao grupo Estado Islâmico (EI). Uma instrução judicial foi aberta por “assassinatos e tentativa de assassinatos relacionados à iniciativa terrorista”.  

“Neste estágio das investigações, não foram determinados contatos operacionais suscetíveis de terem facilitado a passagem ao ato”, precisa o Pnat, que indica que a instrução deve buscar verificar se o tunisiano teve cúmplices ou “qualquer apoio em seu projeto criminoso, na França, na Itália ou na Tunísia”.

O agressor, de 21 anos, foi baleado pela polícia após o ataque e segue hospitalizado na região de Paris, em estado grave, sem condições de se comunicar, segundo o Ministério Público. Aouissaoui também testou positivo para a Covid-19.

Rota do terrorista

Segundo o Pnat, os investigadores que encontraram em um dos telefones do terrorista uma fotografia de Abadoullakh Anzorov, o autor da decaptação de Samuel Paty em 16 de outubro, puderam retraçar o itinerário de Aouissaoui desde que saiu da Tunísia de barco, em 19 de setembro.

Aouissaoui chegou à ilha de Lampedusa em 20 de setembro e foi colocado em quarentena em um navio até 9 de outubro, data que embarcou para Bari e recebeu imediatamente uma ordem para deixar o território italiano.

Logo após, ele passou 14 dias na Sicília, entre 12 e 26 de outubro, antes de chegar a Roma em 27 de outubro de manhã e, posteriormente, ir para a cidade francesa de Nice, onde chegou no mesmo dia à noite.  

Dois dias após sua chegada, ele matou a facadas três pessoas, entre elas a brasileira Simone Barreto, na basílica Notre Dame de l’Assomption, em Nice, antes de ser gravemente ferido pelos policias.

Este é o terceiro ataque na França desde a republicação, no começo de setembro, de caricaturas do profeta Maomé pelo jornal satírico francês Charlie Hebdo.

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