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Governo francês lança plano para proteger professores após atentado terrorista

O ministro da Educação da França, Jean Michel Blanquer, lançou nesta quinta-feira (22) um plano para valorizar e proteger os professores de escolas públicas. O atentado contra o professor Samuel Paty, de 47 anos, colocou em destaque os riscos do trabalho de educadores no país.

O governo francês prometeu medidas rápidas após a morte de Samuel Paty em Conflans-Sainte-Honorine. Manifestantes fazem homenage ao professor em Paris em 18 de outubro de 2020.
O governo francês prometeu medidas rápidas após a morte de Samuel Paty em Conflans-Sainte-Honorine. Manifestantes fazem homenage ao professor em Paris em 18 de outubro de 2020. REUTERS/Charles Platiau
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O plano, chamado de Grenelle da Educação, prevê um aumento no salário dos professores e medidas de proteção suplementares, e já fazia parte da agenda do ministério para este ano. Mas foi revisto depois do assassinato de Paty.

“Hoje, temos o tema da proteção dos professores, mas também o do reconhecimento. Esta questão existia antes e nós temos que dar uma resposta. Por isso trabalhamos há meses com organizações sindicais sobre uma agenda social”, já havia anunciado Blanquer, durante uma sessão de perguntas ao governo no Senado.

De acordo com o ministro, o plano do governo francês se baseia no “reconhecimento financeiro, na cooperação, isso é, no trabalho em equipe, na modernização e na proteção”.

O orçamento de 2021 do ministério teve um acréscimo de € 400 milhões, que deve ser usado para aumentar os salários dos professores. Um educador francês em início de carreira ganha em média € 28 mil por ano, cifra 7% menor que a média dos países membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O investimento deve financiar diferentes gratificações, principalmente a de atratividade, concedida a profissionais em início e meio de carreira, e uma bonificação para equipamento informático de € 150 anuais para cada professor. Diferentemente do que temiam os sindicatos, os aumentos de salários não serão condicionados a mais tempo de trabalho.

Além do apoio financeiro, a proposta “visa à transformação de nosso sistema, principalmente no que se refere a recursos humanos de proximidade, com um sistema de educação mais presente, mais preocupado com que acontece com cada professor, acompanhando sua carreira”, afirmou Blanquer.

O objetivo do ministério é ampliar o apoio aos professores em um momento tão delicado após a morte de Samuel Paty. Entre as sete pessoas indiciadas pelo assassinato do professor estão dois estudantes, de 14 e 15 anos, do colégio onde o professor trabalhava, e o pai de uma aluna que convocou uma mobilização contra Paty logo após o curso ministrado sobre liberdade de expressão.

Sindicatos

Um encontro do ministro com sindicatos de professores está previsto para 2 de novembro, dia da volta às aulas após as férias de outono na França. Questionado sobre os temas que estarão na agenda da reunião, Blanquer disse que pediu à classe política, vereadores, prefeitos e senadores, que estejam presentes, junto aos professores no retorno às aulas.

“Este salto nacional deve nos levar a considerar que o professor é central em nossa sociedade e que cada um de nós, em nossa vida como pais de alunos, cidadãos, deve respeitar os professores e ter discursos que coloquem o professor no centro de nossa sociedade”, acrescentou.

 

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