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França: manifestantes vão às ruas contra lei que autoriza reprodução assistida para mães solteiras

Centenas de manifestantes participaram de vários protestos na França, neste sábado (10), contra o projeto de lei de bioética, que autoriza a todas as mulheres, incluindo homossexuais ou solteiras, a realização de um tratamento para engravidar em hospitais públicos.

Manifestantes protestam contra lei que autoriza reprodução assistida para mães solteiras na França.
Manifestantes protestam contra lei que autoriza reprodução assistida para mães solteiras na França. AP - Thibault Camus
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O coletivo "Marchons Enfants", formado por grupos conservadores, promoveu atos em cidades como Paris, Toulouse, Rennes, Bordeaux, Lyon e Clermont-Ferrand.

Na capital, o protesto aconteceu na famosa Praça Vendôme, em frente ao Ministério da Justiça. Os manifestantes gritavam "Macron, não queremos a sua lei", ou "não queremos barriga de aluguel”, ou ainda, “na França, não se vende humanos".

Várias associações se revezaram para denunciar o texto que consideram ser uma “ameaça à crianças”. O grupo antiaborto Alliance Vita, por sua vez, pedia para “parar o processo eugênico”.

Votado em 1º de agosto em segunda instância na Assembleia Nacional, o projeto de lei, que tem como principal medida a abertura da procriação medicamente assistida (PMA) para todas as mulheres, deve ser examinado no Senado francês, em data ainda não fixada, entre o fim do ano e o início de 2021.

“Pedimos a retirada do projeto com vistas a sua reescrita em profundidade” pelos senadores, declarou à imprensa o presidente do grupo “Manif pour tous”, Ludovine de la Rochère.

Mercantilização de humanos

“Esse projeto de lei é uma mercantilização do ser humano. A gente vai ao hospital comprar um bebê que não sei de onde saiu, não existe mais o ato de amor que permite conceber um filho. Isso não é possível ", afirmava Odile Thomas, uma manifestante de Clermont-Ferrand.

“Quero que todos os filhos tenham pai, mas não dá para fabricar um pai”, disse Denis, 50 anos, corretor de imóveis e pai de família. Para este manifestante de Bordeaux, “a família - pai, mãe e um ou mais filhos - é a base da sociedade”.

Em Toulouse, mulheres jovens empurravam carrinhos de supermercado, onde adesivos de código de barras e notas falsas de 500 euros estavam coladas em bonecas de plástico.

Reação

Houve contramanifestações, também, em várias cidades, como Rennes, Clermont-Ferrand e Toulouse, onde policiais lançaram gás lacrimogêneo e usaram cassetetes para dispersar um grupo de cerca de vinte ativistas LGBT.

Em Nice, os contramanifestantes agitaram cartazes onde se podia ler "você não tem o monopólio da família".

Em janeiro, dezenas de milhares de pessoas de várias regiões da França, contrárias à abertura da reprodução assistida para todas as mulheres, participaram de manifestações na capital, dois dias antes da apreciação do projeto pelo Senado.

 

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