Acessar o conteúdo principal

Antimáscaras franceses: invisíveis na rua, presentes na internet

O jornal comunista l’Humanité desta terça-feira (8) traz uma reportagem sobre o movimento antimáscaras na França.“Pouco visível nas ruas, a oposição ao porte de máscara na França é mais virulenta na web, onde ela se conjuga com uma oposição crescente contra o governo”, começa o texto.

Pessoas com máscaras nas ruas de Paris (12/08/2020).
Pessoas com máscaras nas ruas de Paris (12/08/2020). REUTERS/Charles Platiau
Publicidade

“Não à seita das máscaras” e “Repúdio à focinheira” foram algumas das frases em cartazes vistas no último dia 29, na praça de la République, no centro de Paris. Cerca de 300 pessoas estavam reunidas para protestar contra o uso obrigatório do item de proteção contra o coronavírus, informa o jornal. Entre elas, 123 foram multadas. Outras preferiram escrever a palavra “Não” ou desenhar um “X” sobre a máscara.

A mobilização não é tão intensa quanto a que acontece em outros países, como Alemanha e Estados Unidos, observa o cotidiano francês, mas ela vem crescendo. “A maioria das pessoas teme as multas, mas é consciente da farsa”, diz um manifestante que falou ao Humanité.

Segundo uma pesquisa Ifop, apenas 13% dos franceses se opõem à obrigação do uso em locais fechados e 36%, em espaços abertos.

Porém, a oposição cresce nas redes sociais. A página “Antimáscara obrigatória”, por exemplo, tem 11 mil fãs no Facebook.

Construindo argumentos para convencer próximos

Com as interações nas redes, o grupo vai trocando ideias e constituindo um corpo argumentativo para um segundo tempo, a fim de influenciar amigos, colegas e familiares. Essa é a opinião do pesquisador e sociólogo Antoine Bristielle, entrevistado por l’Humanité.

Os antimáscaras franceses compartilham fotos de embalagens de máscaras que dizem que elas não protegem contra o vírus ou vídeos pseudotécnicos que querem provar a ineficácia do uso, acrescenta o especialista.

Outro manifestante fala em complô de laboratórios e do governo que quer forçar a compra dos equipamentos de proteção.

“A máscara contra a Covid é como o preservativo contra a Aids”, defende Antoine Flahault, diretor do Instituto de saúde global, em Genebra, Suíça, citado pelo jornal comunista. Mas o epidemiologista diz que não há justificativas cientificas que possam impor o uso da máscara em locais abertos. Para ele, “é preciso parar com medidas que deixam a população tensa e no lugar, prepará-la para um longo combate contra a Covid-19”.

Os antimáscaras também não esquecem as mentiras e contradições do governo no início da pandemia, diz l’Huma. Eles citam, por exemplo, as informações das autoridades de que as máscaras não serviam para nada e que as pessoas não sabiam usá-las.  

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.