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Franceses mortos no Níger: departamento antiterrorista abre investigação por "assassinatos"

O Ministério Público dedicado à luta contra o terrorismo na França, também conhecido como Pnat, anunciou nesta segunda-feira (10) ter aberto uma investigação por "assassinatos em conexão com um grupo terrorista" e "associação criminosa terrorista" após o ataque de domingo (9) no Níger, que deixou oito mortos, incluindo seis franceses.

O veículo queimado que levava oito pessoas, incluindo seis cidadãos franceses, que foi atacado por homens armados não identificados no sudoeste do Níger
O veículo queimado que levava oito pessoas, incluindo seis cidadãos franceses, que foi atacado por homens armados não identificados no sudoeste do Níger AFP
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A investigação "foi confiada à Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), com a colaboração da Sub-Direção Antiterrorista (Sdat)" da França, afirmou o Pnat em seu comunicado de imprensa, sem confirmar o número de vítimas francesas.

De acordo com as autoridades locais, seis franceses e dois nigerianos - o motorista e um guia turístico - foram mortos no ataque 60 km a sudeste de Niamey, em uma região arborizada que abriga os últimos rebanhos de girafas da região na África Ocidental. De acordo com a ONG Acted, as vítimas são sete trabalhadores humanitários e seu guia.

"Ataque terrorista"

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou o ataque como "covarde" e afirmou que disponibilizará "todos os meios" necessários para "elucidar" as circunstâncias do "atentado", segundo um comunicado da Presidência francesa.

Macron também conversou por telefone com seu homólogo nigerino, Mahamadu Isufu, e garantiu que mantém "intacta" sua "determinação de continuar com a luta em comum contra os grupos terroristas da África subsaariana", onde 5.100 soldados franceses estão implantados na Operação Barkhane.

O presidente francês vai presidir um duplo conselho de defesa na terça-feira (11), um deles dedicado especificamente à situação no Níger. Paris confirmou a morte dos franceses sem especificar o número de vítimas e anunciou que o exército do país estava dando apoio às tropas nigerianas após este ataque, denunciado como "terrorista" pelos presidentes dos dois países. As mortes não foram reivindicadas, mas ocorrem em um local regularmente alvo de grupos jihadistas da África subsaariana, incluindo o grupo Estado Islâmico.

“Não sabemos a identidade dos agressores, mas eles vieram de motocicleta pelo mato e esperaram a chegada dos turistas”, disse uma fonte próxima aos serviços de meio ambiente. Esta fonte descreveu à agência AFP os corpos deitados lado a lado perto de uma caminhonete queimada com as portas abertas.

Traços de balas eram visíveis na janela traseira do veículo. Um dos corpos foi carbonizado. Outros tiveram ferimentos fatais na cabeça.

Presente no Níger desde 2010 com populações deslocadas, principalmente por causa do conflito na zona das Três Fronteiras (Mali, Burkina Faso e Níger) e da crise no Lago Chade, a ONG Acted tem 200 funcionários no país, afirmou seu advogado, Joseph Breham.

Assassinatos

O grupo de funcionários da Acted deixou Niamey na manhã de domingo (9) para ir ao parque de girafas Kouré, a cerca de 40 minutos de carro a sudeste da capital do Níger, disse Marie-Pierre Caley, diretora-geral e cofundadora da ONG. “Às 8h30, sete funcionários da Acted partiram para Kouré”, disse, acrescentando que o grupo havia confirmado sua chegada ao parque uma hora depois por telefone.

No início da tarde, a ONG foi informada por guardas florestais que um veículo havia sido encontrado carbonizado. Um viatura do exército francês e uma ambulância foram enviados ao local, continuou Marie-Pierre Caley.

Os oito corpos encontrados foram repatriados à noite para o instituto forense em Niamey, onde foram identificados.

(Com informações da AFP)

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