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Vídeo: presidente Macron é abordado por coletes amarelos durante passeio e pede para eles serem “legais”

Em um vídeo que foi postado na página Facebook “Gilet Jaunes info” (Coletes amarelos informação), na terça-feira (14), o presidente Emmanuel Macron é interrogado por um grupo de coletes amarelos, enquanto passeia com sua esposa, Brigitte, no Jardim de Tuilleries, em Paris. O presidente quebrou as regras de segurança e conversou com as pessoas, que pediam sua demissão.

O presidente francês, Emmanuel Macron, durante a cerimônia militar do 14 de julho, em Paris.
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante a cerimônia militar do 14 de julho, em Paris. POOL/AFP
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O grupo segue o presidente francês, que acabava de participar da cerimônia da Festa Nacional da França, na Praça da Concórdia, em Paris. “Estamos aqui”, gritavam os coletes amarelos, e “Macron, demissão”. O presidente, primeiramente deseja aos manifestantes um "feliz 14 de Julho", comemorado na terça-feira.

Macron interpellé par des manifestants le 14 juillet

« T’inquiète je vais pas lui faire du mal. J’ai même pas envie. Je lui ferai mal avec mon bulletin en 2022 ! » Échange tendu entre des manifestants et Emmanuel Macron en promenade dans le jardin des Tuileries ce mardi 14 juillet en fin d'après-midi. Le Président a notamment été interpellé concernant les violences policières de la BRAV M (voltigeurs). Source vidéo : Facebook live Kouliomj Richard

Publiée par Quoi2news TV sur Mardi 14 juillet 2020

Os guarda-costas tentam afastar o grupo, mas Macron se aproxima e pede calma.

“Senhor presidente você tem que acabar com a BRAV. Por que você voltou a colocar a BRAV? Eles são violentos”, diz o homem que filma. A BRAV-M, Brigada de repressão de ações violentas motorizada, foi implementada em dezembro de 2018, pela Polícia de Paris, logo após o começo do movimento dos coletes amarelos e é denunciada por manifestantes por cometerem atos de violência.

Usando uma jaqueta de couro e com o nó da gravata afrouxado, Macron manteve o tom calmo, mas provocou rindo. “Vocês também não são um modelo de respeito. Entre vocês também tem gente violenta”, disse. “Eu estou passeando tranquilo e vocês vêm me interrogar?”

“Claro, você é meu empregado”, diz o homem que filma. Macron responde calmamente, “hoje é feriado, eu estou passeando com minha esposa calmamente, eu respeito vocês. Eu ouço vocês. Sejam legais”, disse o presidente rindo.

“Mas você sabe que temos problemas”, responde um dos coletes amarelos, citando a queda do poder de compra da população francesa e pedindo mais impostos para os ricos.

“Eu entendo o que vocês estão dizendo para diminuir as coisas [a violência policial], mas vocês também têm que se comprometer para que isso diminua. Para que a gente fique tranquilo. Sinceramente, se todo mundo ficar tranquilo, não vamos ter problema”, diz o presidente.

“Por que a polícia foi acionada? Porque vocês não param de manifestar e destruir massivamente”, continua o presidente, sob protestos do grupo, que responde: “Você não vê nada, você não vai às manifestações!”

“O sentimento de injustiça, eu entendo”, diz o chefe de Estado. No final da conversa, visivelmente feliz de poder falar com o presidente, o colete amarelo diz “eu não gosto dele, mas não consigo nem maldizê-lo”. “Ainda bem!”, responde Macron antes de ir embora.

Problema de segurança

A atitude de Emmanuel Macron foi criticada por membros de partidos da oposição. Para o deputado e líder do partido Republicanos, Christian Jacob, em entrevista à rádio RTL, a situação do vídeo expõe um “verdadeiro problema de segurança” e que o presidente “estava errado” em passear em um lugar público.

“A partir do momento em que ele decide ir passear em um dia de manifestação, ao lado da praça da Concórdia, ele aceita o risco. Ele sabe”, disse. “O presidente fez esta escolha. Eu acho que quando a gente é presidente da República, existe um certo número de precauções a tomar, principalmente essa”, completou.

 

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