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Dia Internacional da Mulher

Em marcha feminista de Paris, 60 mil protestam contra Macron e Polanski

A imprensa francesa repercute nesta segunda-feira (9) as manifestações feministas realizadas na França no 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades do país para denunciar as violências sexuais e sexistas, as desigualdades salariais e o prêmio atribuído ao cineasta Roman Polanski no César deste ano.

Vestidas de "Rosie, a Rebitadeira", feministas francesas entoaram canções contra o presidente Emmanuel Macron.
Vestidas de "Rosie, a Rebitadeira", feministas francesas entoaram canções contra o presidente Emmanuel Macron. REUTERS/Pascal Rossignol
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O jornal Libération destaca que 60 mil pessoas participaram de uma grande marcha em Paris, convocada pelo coletivo "Nous Toutes" (Nós Todas) no domingo, que percorreu o trajeto entre a praça d'Italie e République. O grande símbolo da manifestação parisiense foi a atriz francesa Adèle Haenel. Há pouco mais de uma semana, ela incendiou a opinião pública ao se levantar e se retirar da cerimônia do César, após o anúncio da estatueta de melhor diretor ao cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado de estupro por 12 mulheres.

"Em vários cartazes lia-se 'Adèle, nós estamos com você'", publica Libération, que afirma que o prêmio atribuído a Polanski não para de suscitar a indignação de feministas. "As manifestantes denunciam a impunidade do diretor e reclamam de um cinema que celebra o estupro", reitera a matéria.

Outra personalidade celebrada na marcha de Paris foi a escritora francesa Virginie Despentes, autora de uma coluna em apoio à Adèle Haenel e contra a premiação de Polanski, que também dividiu opiniões, mas foi extremamente comemorada pelas feministas francesas. O título do texto, "Agora nos levantamos e nos retiramos", se tornou um novo slogan entre as militantes e podia ser lido em diversos cartazes na manifestação. "O grito de desespero de Despentes verbalizou o que tantas entre nós sentimos", afirma Léa, uma participante do protesto de domingo (8) em Paris.

As "grandes beneficiadas"

Além das violências sexuais e sexistas, as manifestantes também denunciaram a reforma da Previdência que o governo francês pretende adotar este ano e o impacto das medidas sobre as mulheres. Vestidas de azul, com lenços vermelhos na cabeça e luvas amarelas, em homenagem ao ícone feminista americano "Rosie, a Rebitadeira", as participantes do protesto entoaram canções contra o presidente Emmanuel Macron. Segundo ele, as mulheres serão as principais beneficiadas com a reforma. Razão pela qual, ironicamente, a manifestação foi nomeada de "A Marcha das Grandes Beneficiadas".

Também repercute na imprensa francesa a violência policial utilizada para dispersar um protesto feminista na Praça da República na noite de sábado (7). Vídeos postados nas redes sociais mostram as forças de segurança atirando gás lacrimogêneo e agredindo as manifestantes, muitas delas jogadas ou arrastadas pelos cabelos por policiais nas escadas do metrô.

Marlène Schiappa, secretária de Estado encarregada da Igualdade entre Mulheres e Homens, afirmou que o Ministério do Interior abriu uma investigação e indicou que o trajeto da manifestação foi desrespeitado. Já a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se declarou "chocada pelas violências inadmissíveis e incompreensíveis", expressando seu apoio às militantes.

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