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A Semana na Imprensa

Extremistas veganos atacam e ameaçam os “traidores da causa”

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A revista Aujourd’hui en France Week-End traz uma reportagem de capa sobre os movimentos veganos extremistas. O texto conta como alguns militantes, além de abolir carne, leite e mel, lançam ações violentas e chegam a ameaçar aqueles que “traem” a causa vegana.

Alguns militantes do veganismo associam o fato de comer carne a uma espécie de estupro.
Alguns militantes do veganismo associam o fato de comer carne a uma espécie de estupro. Reprodução/Aujourd'hui en France Week-End
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A reportagem começa descrevendo os protestos organizados pelo grupo Boucherie Abolition (Abolição dos Açougues, em tradução livre), que invadem criações de animais, manifestam diante de açougues com leitões mortos no colo, e expõe cartazes nos quais associam o fato de comer carne a um estupro. A revista explica que certas ações do movimento, lançado em 2016, foram tão extremas alguns de seus membros chegaram a ser condenados a dez meses de prisão, após terem liberado animais de uma fazenda. Em seus discursos, os militantes comparam frequentemente os abatedouros a campos de concentração.

A revista explica que esse tipo de extremismo é adubado por documentários, contas no Instagram, influenciadores digitais e outras celebridades, como Joaquin Phoenix, “vegano fervoroso”, que defende a vida sem o consumo de produtos de origem animal. Além disso, um mercado gigantesco de produtos veganos, que cresce a um ritmo de 10% ao ano, motiva o recrutamento de novos adeptos. Entre alimentos vendidos nos supermercados e gigantes do fast-food, como McDonald’s ou Burger King, que propõem hambúrgueres sem nenhuma proteína animal, a lista de iniciativas comerciais para conquistar os adeptos é longa.

Mas o lobby vegano não parece ser suficiente para os mais extremistas, que veem em qualquer um que emita uma opinião contrária à sua um inimigo, “assassino de animais”. Foi que sentiu um açougueiro parisiense, agredido fisicamente por cerca de vinte militantes, que vandalizaram seu estabelecimento. Temendo esse tipo de ato violento, no norte do país alguns açougues já estão contratando agentes de segurança para evitar os novos ataques.

Os especialistas ouvidos pela revista falam de uma forma de veganismo integrista que começa a surgir. Na França, o ministério do Interior chegou a criar uma unidade especial para proteger fazendeiros vítimas de agressões, cada vez mais frequentes.

Sem contar as ameaças visando aqueles que, por alguma razão, abandonam o veganismo. É o caso de Mélanie Duféey, escritora vegetariana, que teve que voltar a comer carne e peixe em sua alimentação por recomendação médica. Ao compartilhar sua decisão no youtube, ela foi alvo de mensagens de ódio e até duas ameaças de morte.

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