COVID-19: França mantém fronteira aberta com Itália, apesar de primeiros casos de coronavírus na região
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Em pouco mais de 24 horas a França dobrou o número de casos confirmados do novo coronavírus no país. Ocorrências foram registradas pela primeira vez em Nice, perto da fronteira com a Itália. Mas Paris insiste que a circulação de pessoas não será interrompida, apesar dos pedidos de políticos da extrema direita.
A França passou dos 18 casos confirmados de contaminação pelo COVID-19 na manhã de quinta-feira (27) para 41 casos nesta sexta-feira. O ministério francês da Saúde já avisou que esse número ainda pode aumentar.
Os três últimos casos foram registrados na cidade de Nice, no Sul da França, perto da fronteira com a Itália. Jean-Claude Guibal, prefeito conservador de Menton, cidade francesa na zona fronteiriça, pediu que os controles de identidade sejam reforçados na região para evitar a entrada de pessoas contaminadas no país.
A líder da extrema direita, Marine Le Pen, também pediu mais controle nas fronteiras. Conhecida por sua cruzada contra a imigração, ela criticou a ação do governo e declarou que “se o vírus não para na fronteira, pelo menos as pessoas contaminadas serão paradas antes de entrarem no país”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se disse contra um fechamento da zona fronteiriça. O chefe de Estado ironizou a declaração da líder da extrema direita, dizendo que “um vírus não respeita limites administrativos” e que fechar o país não teria nenhuma utilidade. O governo italiano também se mostrou contra a hipótese de um bloqueio entre os dois países.
Segundo a legislação do espaço Schengen de livre circulação de pessoas, o fechamento de fronteiras é possível, apenas em casos extremos – como ameaça terrorista elevada. No entanto, esse procedimento só pode ser lançado com o aval de todos os membros do bloco.
Os ministros da Saúde da União Europeia avisaram que pretendem se reunir para discutir uma estratégia comum contra o COVID-19 na próxima sexta-feira (6).
OMS aumenta nível de alerta
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (28) que elevou a ameaça ligada ao novo coronavírus para "muito alta". "O aumento contínuo do número de casos e o número de países afetados nos últimos dias são claramente preocupantes", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.
"Nossos epidemiologistas acompanham esses desenvolvimentos constantemente e agora aumentamos nossa avaliação do risco de propagação e do impacto do COVID-19 para um nível muito elevado em todo o mundo", acrescentou.
Ele também ressaltou que mais de 20 vacinas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo e que vários produtos terapêuticos estão passando por testes clínicos. Os primeiros resultados são esperados em "algumas semanas", detalhou.
O vírus já infectou cerca de 79.000 pessoas na China e mais de 5.000 no resto do mundo.
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