Covid-19: França se alarma com surto na Itália e encomenda milhares de máscaras
A propagação do surto de coronavírus no norte de Itália – sete mortes, mais de 220 infectados e 52.000 pessoas confinadas – acendeu o sinal de alarme no governo francês. O Ministério da Saúde francês decidiu encomendar milhares de máscaras de proteção do tipo FFP2, para uso de médicos e enfermeiros em contato direto com pacientes nos hospitais.
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As autoridades italianas ampliaram as medidas de confinamento, estabelecendo um cordão sanitário no entorno de onze cidades do norte do país afetadas pelo surto do Covid-19. Em quatro dias, o número de casos passou de seis para 219 doentes. Apenas nesta segunda-feira (24), quatro pessoas morreram, a maioria idosos, nas regiões de Vêneto e Lombardia, onde ficam Veneza e Milão. O paciente zero na origem do surto, que surgiu em Codogno, ainda não foi identificado.
Hoje, um ônibus da companhia francesa Flixbus que fez o trajeto Milão-Lyon (sudeste) foi interceptado pela polícia ao chegar à estação de Perrache, em Lyon. Passageiros preocupados com a forte tosse do motorista informaram o caso por telefone à polícia francesa.
O ônibus, que tinha passado pelas rodoviárias de Turim e Grenoble, antes de chegar ao destino final, foi imediatamente isolado. Após intervenção de agentes do Samu, o motorista e um passageiro que apresentavam sintomas de gripe foram hospitalizados em Lyon. Eles passam por testes de diagnóstico do coronavírus. O resto dos ocupantes foi confinado. Dezoito pessoas que chegaram a embarcar no veículo para seguir viagem para Clermont-Ferrand (centro) receberam ordem de sair rapidamente do ônibus.
O Ministério da Saúde francês informou que não pretende, por enquanto, fechar a fronteira do país com a Itália. As autoridades francesas preferem concentrar seus esforços na rapidez do diagnóstico. A França teve até agora 12 casos confirmados da pneumonia e um morto, um turista chinês de 80 anos proveniente de Hubei, berço da epidemia na China.
Porém, cientes do provável avanço da epidemia, o Ministério da Saúde se mantém vigilante e pediu aos franceses que passaram pelos últimos dias pelo norte da Itália a permanecerem em quarentena em casa.
Até domingo (23), 38 hospitais franceses estavam preparados para acolher eventuais pacientes em todo o país. Nesta segunda-feira, 70 estabelecimentos foram adicionados à lista inicial. Em um dia, a capacidade de realização de testes para diagnosticar a doença foi triplicada. No sul, o Hospital Universitário de Marselha tem capacidade para fazer mil testes por dia; em Paris, as autoridades evocam 400 kits de diagnóstico.
O diretor-geral da organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou os governos a se preparar para uma "eventual pandemia" do novo coronavírus, considerando muito preocupante a rápida propagação de casos na Itália, Coreia do Sul e no Irã.
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