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A Semana na Imprensa

Em guinada ecológica, agricultura urbana cresce em Paris

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As hortas, jardins comunitários e fazendas orgânicas ubanas, várias delas instaladas no teto de edifícios, estão transformando a paisagem das cidades francesas. Paris não escapa dessa tendência. As revistas Le Point e Figaro Scope – suplemento cultural do jornal Le Figaro –, mostram nesta semana a diversidade de iniciativas desse tipo que proliferam na densa região parisiense, onde moram 12,2 milhões de pessoas.

As plantações urbanas encarnam a imagem da cidade fértil, atraente e protetora do futuro, observa a revista Le Point.
As plantações urbanas encarnam a imagem da cidade fértil, atraente e protetora do futuro, observa a revista Le Point. Fotomontagem RFI
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O Parque de Exposições da Porta de Versalhes, que acolhe atualmente o Salão da Agricultura de Paris, irá inaugurar em setembro a maior fazenda orgânica da capital, no teto do pavilhão 6. Cerca de 20 produtores vão colher 1.000 frutas e legumes por dia, de trinta espécies diferentes, numa área de 14.000 m2. A produção será destinada aos moradores de bairros da zona sul da capital e cidades limítrofes, obedecendo ao conceito de ecologia urbana em circuito curto. Os habitantes do bairro poderão alugar pequenas parcelas para plantar sua própria horta. O local também vai oferecer um restaurante e atividades pedagógicas, num belo exemplo de refúgio de biodiversidade no coração da cidade, escreve a revista Figaro Scope.

A prefeitura de Paris já mantém três fazendas urbanas na capital – nos distritos 12 (Fazenda de Paris), 13 (Fazenda Kellermann) e 15 (Fazenda Suzanne Lenglen). Elas acolhem cabras e ovelhas usadas para aparar a grama de praças nas redondezas e galinhas que fornecem ovos de qualidade para restaurantes. Essas fazendinhas também exercem um papel pedagógico de colocar as crianças criadas na selva de cimento em contato com a natureza e o mundo agrícola, a dois passos de casa. O moderno shopping Beaugrenelle, perto da Torre Eiffel, dedica 700 m2 de seu teto à jardinagem coletiva.

O espaço La Recyclerie, aberto há cinco anos no 18° distrito, perto de Montmartre, vive lotado com sua “floresta” comestível de permacultura, suas colmeias, coelhos, patos e porquinhos da Índia, instalados ao longo de uma antiga linha de trem desativada. Perto da Recyclerie, desde 2017, dois engenheiros – um agrônomo e outro especializado em energia térmica – cultivam legumes, champignons e temperos numa caverna de 3.500 m2. Donos da startup Cycloponics, eles usam a técnica da hidroponia e lâmpadas Led na produção instalada numa garagem desativada, no subsolo de um conjunto habitacional popular do bairro.

Monumentos centenários aderem à ecologia urbana

Os monumentos de Paris não escapam a essa tendência de ecologia urbana: o teto da Ópera da Bastilha tem quatro hortas que produzem legumes para os funcionários e para uma cooperativa do bairro. As colmeias suspensas do Grand Palais, da Ópera Garnier e da Rotonde de La Villette têm a fama de produzirem o melhor mel de Paris. Quatro irmãs parisienses, fundadoras da empresa de agricultura urbana “Bem-criadas” (Bien Élevées); cultivam açafrão no 4° andar do Instituto do Mundo Árabe.

No momento atual, em que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a redução da biodiversidade, com os riscos para a saúde dos produtos industrializados vendidos nos supermercados e crises sanitárias, as plantações urbanas encarnam a imagem da cidade fértil, atraente e protetora do futuro, observa a revista Le Point.

Antes da industrialização aparecer, no século 19, a agricultura sempre fez parte da história das cidades francesas. Dois séculos mais tarde, a ecologia urbana mostra que essa tendência não se restringe aos jardins coletivos e às hortas familiares, mas também ao universo das startups.

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