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França/Escândalo

Candidato de Macron à prefeitura de Paris renuncia devido a escândalo sexual

Reviravolta na campanha pelas eleições municipais em Paris a apenas um mês da votação. O candidato do partido presidencial, Benjamin Griveaux, renunciou nesta sexta-feira (14) à corrida pela prefeitura da capital. A decisão foi anunciada após a divulgação na internet de vídeos com conteúdo sexual, mostrando uma relação extraconjugal.

Benjamin Griveaux, ao anunciar sua renúncia em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (14).
Benjamin Griveaux, ao anunciar sua renúncia em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (14). Lionel BONAVENTURE / AFP
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"Minha família não merece isso. Ninguém deveria ser alvo de tanta violência", afirmou Benjamin Griveaux em coletiva de imprensa nesta sexta-feira. "Ontem, um novo limite foi ultrapassado. Sites realizaram ataques absurdos questionando minha vida privada", reiterou o deputado do partido A República em Marcha.

O ex-porta-voz do governo de 42 anos se refere a prints de mensagens de celular e vídeos de conteúdo sexual divulgados no site Porno Politique. Nas imagens, o nome "Benjamin Griveaux" aparece como o autor de SMS e gravações enviadas a uma mulher.

Apesar de ter condenado a divulgação do material, o deputado não negou ser o autor das mensagens e dos vídeos. "Essa decisão me custa caro, mas minhas prioridades são muito claras. Primeiro vem a minha família, vocês entenderam bem", frisou o ex-candidato.

As gravações, intituladas de “presente antes do jantar” e “presente da manhã antes de despertar”, mostram um homem se masturbando. Nas mensagens, o autor também pede que a interlocutora lhe reenvie um vídeo, seguido do comentário: “que peitos!”.

Em outra conversa, o autor pergunta: “você tem família ou você ainda não é prisioneira de filhos e marido?”. A pessoa responde: “não, sou muito jovem, sou livre”.

Russo assume divulgação de material

O artista russo Piotr Pavlenski, que foi condenado em 2019 a dois anos de prisão com direito a sursis por ter incendiado a fachada de uma sucursal do Banco da França em 2017, afirmou que foi ele quem colocou na internet as mensagens e os vídeos em que Griveaux aparece se masturbando. "Ele afirma ter obtido o material de uma 'fonte' que mantinha uma relação consentida com Benjamin Griveaux", publica o jornal Libération em seu site.

Pavlenski declarou ao diário que, com o ato, pretende "denunciar a hipocrisia" do candidato à prefeitura de Paris. "É alguém que defende insistentemente os valores da família, que diz que queria ser o candidato das famílias e sempre cita como exemplo sua mulher e seus filhos. Mas ele faz o contrário de tudo isso", destaca o artista.

"Não me incomoda que as pessoas tenham a sexualidade que queiram. Elas podem mesmo transar com animais, não tem problema para mim. Mas as pessoas têm que ser honestas", completa o russo de 35 anos.

"Ele quer ser o chefe de uma cidade, mas ele mente aos eleitores. Agora eu vivo na França, sou parisiense, isso é importante para mim", ressalta Pavlenski, em entrevista ao jornal Libération.

Terceiro lugar nas pesquisas

A campanha de Benjamin Griveaux não estava sendo fácil, após a decisão de um outro político do partido A República em Marcha, Cédric Villani, anunciar uma candidatura dissidente em Paris. O candidato de Macron estava em terceiro lugar nas pesquisas, atrás da atual prefeita socialista, Anne Hidalgo, que lidera as sondagens, e da conservadora Rachida Dati, do partido Os Republicanos.

A prefeita da capital francesa reagiu à divulgação do polêmico vídeo nesta manhã, pedindo "o respeito da vida privada e das pessoas". "As parisienses e os parisienses merecem um debate digno", reiterou Hidalgo.

O partido A República em Marcha realizou uma primeira reunião nesta manhã. Ao que tudo indica, a sucessora de Griveaux será uma mulher, mas seu nome ainda não foi definido.

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