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Um pulo em Paris

Greve contra reforma da Previdência ameaça as férias de Natal dos franceses

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A greve contra a reforma da Previdência na França entrou em sua terceira semana, com uma forte participação dos funcionários dos transportes públicos. Em razão da anulação de milhares de trens, às vésperas das férias de fim de ano muita gente ainda não sabe se vai conseguir poder viajar. Há quem já se organize para passar as festas de Natal longe dos familiares.

Trens de alta velocidade estacionados nos arredores de Paris em razão da greve contra a reforma da Previdência
Trens de alta velocidade estacionados nos arredores de Paris em razão da greve contra a reforma da Previdência REUTERS/Charles Platiau
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Desde 5 de dezembro a mobilização contra a reforma proposta pelo governo afeta a vida de quem mora na França. Em Paris a situação é particularmente tensa, já que o transporte público funciona parcialmente, obrigando os usuários a improvisar, indo trabalhar de carro, bicicleta, patinete ou a pé. Mas agora, nessa terceira semana de greve, o movimento afeta um dos rituais mais importantes do país: as viagens de fim de ano.

Tradicionalmente, os parisienses deixam a capital no final de dezembro para passar o Natal com os familiares em suas cidades de origem, no interior do país. No entanto, nessa sexta-feira (20), quando começa o recesso, muitos ainda não sabiam se poderia embarcar, já que 50% dos trens de alta velocidade foram cancelados.

Com as malas prontas, os passageiros que reservaram suas passagens há dias ou até meses esperam por um e-mail ou um SMS da SNCF, a empresa ferroviária nacional, uma das mais afetadas pela greve. Por causa da mobilização de seus funcionários, a estatal comunica a conta-gotas quais trajetos foram mantidos e quais foram adiados ou simplesmente cancelados. Além disso, mesmo quem tem sua viagem confirmada embarca sem saber que haverá trem para voltar para casa após as festas.

Desde quarta-feira (18) o governo tenta convencer os sindicatos a fazerem uma pausa no movimento durante as festas de fim de ano. No entanto, apesar dos apelos e mesmo se uma das forças sindicais cogitou dar uma trégua pelo menos no Natal, a maioria dos representantes dos empregados preferiu manter a greve. Mais da metade dos maquinistas estavam de braços cruzados na noite desta sexta-feira e a SNCF confirmou que o tráfego permanecerá “muito perturbado” no sábado e no domingo.

Franceses aprendem a viajar de ônibus

Em um país onde o transporte ferroviário sempre foi privilegiado para viagens nacionais, os passageiros que pretendiam deixar a cidade e não podiam esperar tiveram que encontrar alternativas. Acostumados a viajar em trens-bala que circulam, em média, a 320km/h, os mais apressados e dispostos a pagar uma nova passagem acabaram reservando um bilhete de avião.

Mas, para quem não quer sair do chão - e está disposto a enfrentar congestionamentos -, a opção são os sistemas de carona coletiva, passando por aplicativos, ou o aluguel de carros. Pelo menos para os que tiveram a ideia primeiro, pois as locadoras foram invadidas de pedidos de última hora e já está difícil encontrar veículos disponíveis. 

Já quem não queria gastar muito acabou optando pelos ônibus de longa distância, popularizados há apenas alguns anos na França, após décadas de monopólio ferroviário para o transporte terrestre. A empresa Flixbus, líder europeia do setor, já registrou uma de 100% nas vendas desde o início da greve. 

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