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Greve

França entra na 3ª semana de greve contra reforma da Previdência

A mobilização contra a reforma da Previdência na França entra nesta quinta-feira (19) em sua terceira semana. O presidente Emmanuel Macron se disse disposto a negociar, mas os sindicatos pedem o abandono total do projeto. Os sindicalistas avisaram que não pretendem dar trégua nem durante o Natal.

Greve na França deixam as estações de trens vaziam.
Greve na França deixam as estações de trens vaziam. REUTERS/Benoit Tessier
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Os representantes do governo se reuniram na quarta-feira (18) com os sindicatos, mas nenhum acordo foi concluído. Laurent Berger, líder da CFDT, a principal força sindical do país, disse após o encontro que ainda considera estar “muito, muito longe de um acordo”.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe recebe os representantes dos funcionários da RATP (que gere o transporte parisiense) e da empresa nacional ferroviária SNCF. No entanto, há poucas esperanças de um compromisso.

O governo tentou, durante as discussões, negociar uma interrupção temporária da greve, pelo menos durante o período das festas de fim de ano. Mas o líder do sindicato da CGT, Philippe Martinez, que encabeça os protestos, reiterou que não tem intenção de fazer uma "trégua" de Natal se o governo não recuar e retirar seu projeto de reforma da Previdência.

Apoio da população

Um dos pontos mais sensíveis da reforma é a idade mínima para a aposentadoria. O governo pretende manter 62 anos como referência, mas apenas quem parar de trabalhar aos 64 anos poderá receber uma pensão completa.

Uma pesquisa de opinião divulgada nesta quinta-feira aponta que mais da metade dos franceses (61%) são contra os 64 anos como idade para uma aposentadoria plena.

Além disso, mesmo se 66% dos entrevistados apoiam o fim dos regimes especiais – outro ponto de discórdia – e mais da metade dos franceses continuam a favor da mobilização dos sindicatos.

Apesar de mais de duas semanas quase sem transportes públicos, o número de partidários da greve não para de crescer. Eles passaram de 46% no final de novembro para 54%.

Incerteza nos transportes públicos

Nesta quinta-feira, quando muitos parisienses já começam a se preparar para as viagens de fim de ano, apenas dois a cada cinco trens de alta velocidade circulam no país, e quatro em cada dez trens regionais funcionam. Na capital, seis das 16 linhas de metrô permanecem totalmente fechadas e boa parte da rede metroviária funciona parcialmente, apenas nos horários de pico. Somente duas linhas automatizadas circulam normalmente.

Quem comprou passagem de trem para a semana do Natal ainda não sabe se vai poder embarcar. A SNCF indicou nesta quinta-feira em vai divulgar até o final do dia a lista dos trens que funcionarão em 23 e 24 de dezembro. A situação para 25 e 26 ainda é uma incógnita. A estatal promete dar mais detalhes na sexta-feira (20), quando muitos já estarão fechando as malas para viajar.

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