Jovem ateia fogo no próprio corpo na França; 2° caso em menos de 1 mês
Uma jovem de 18 anos colocou fogo no próprio corpo nesta segunda-feira (25), na escola secundária onde estudava em Seine-Saint-Denis, periferia de Paris. O gesto da secundarista acontece após a tentativa de imolação, no dia 8 de novembro, de um estudante universitário, e na véspera de uma jornada de mobilização contra a precariedade estudantil, nesta terça-feira (26).
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Os alunos que assistiram a tentativa de suicídio no Liceu George Clémenceau de Villemomble estão chocados com a violência do gesto. Depois de colocar fogo no próprio corpo, a jovem aluna do ensino médio se jogou de uma passarela e caiu no pátio da escola. A secundarista foi levada em estado grave para o hospital.
As aulas foram interrompidas. Uma equipe de apoio psicológico foi criada para ouvir os estudantes do Liceu e permanece ativa na manhã desta terça-feira.
Mesmo se a secundarista sofria de “problemas psicológicos e seguia um tratamento”, segundo os investigadores, os motivos de seu gesto são desconhecidos. As autoridades escolares pedem prudência e alertam para o grande número de fakenews que circulam nas redes sociais.
Precariedade estudantil
Há duas semanas, a tentativa de imolação de um estudante universitário de 22 anos, em Lyon, emocionou e revoltou a França. O jovem havia perdido sua bolsa de estudos, enfrentava dificuldades financeiras e deixou uma carta para justificar seu gesto em frente a um prédio da Universidade de Lyon 2.
Denunciando a precariedade dos estudantes, ele explicou que, mesmo quando tinha direito à bolsa de estudos, ela não era suficiente. Ele recebia € 450 por mês (aproximadamente R$ 2.069), três vezes menos que o salário mínimo na França.
O universitário teve 90% do corpo queimado e seu estado de saúde agora está estável.
Protestos
Imediatamente após a tentativa de suicídio, protestos foram organizados pelo sindicato dos estudantes “Solidários” em 40 cidades. Os representantes estudantis afirmam que a situação de precariedade denunciada pelo gesto extremo do universitário de Lyon é comum entre os estudantes. O sindicato alertava que o país “não estava imune a outras tentativas de suicídio" e exigia medidas do governo.
Por isso, todos os sindicatos estudantis convocaram para esta terça-feira(26) um dia de mobilização nacional contra a precariedade. O relatório do Observatório Nacional das Condições de Vida dos Estudantes (OVE), de 2016, indicava que 25% dos 46 mil alunos afirmaram enfrentar importantes dificuldades financeiras.
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