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Um pulo em Paris

Paris : 20% das pessoas que dormem nas estações de metrô têm um trabalho

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Um estudo divulgado esta semana revelou dados inéditos sobre o perfil das pessoas que passam a noite nas estações de metrô de Paris. Segundo a pesquisa, muitos dos “moradores” da rede de transporte ferroviária da capital francesa têm um trabalho, mas não conseguem pagar um aluguel.

Muitos "moradores" do metrô dormem nas estações, mas têm trabalho durante o dia.
Muitos "moradores" do metrô dormem nas estações, mas têm trabalho durante o dia. JACQUES DEMARTHON / AFP
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Com a chegada do inverno no hemisfério norte, os parisienses notam um aumento do número de pessoas que se refugiam do frio nas estações de metrô. Com 16 linhas e mais de 300 paradas, a rede ferroviária é praticamente uma cidade subterrânea.

O Samu Social, autor do relatório publicado esta semana, contabilizou 714 pessoas que passam a noite no metrô da capital. Desse total, pelo menos a metade dorme nas estações todas as noites.

Mais de 80% são homens, com idade média de 45 anos, e a maioria são francófonos. No entanto, o dado mais inusitado do estudo é que 20% das pessoas que passam a noite nas estações do metrô possuem uma renda, seja vinda de um trabalho informal ou até com carteira assinada. Porém, o valor raramente é suficiente para permitir o acesso a uma moradia, principalmente diante da explosão dos preços no mercado imobiliário parisiense.

“O perfil das pessoas que dormem no metrô evoluiu, com um aumento de trabalhadores precários”, explica Odile Macchi, socióloga do Samu Social. “Apenas 7% ficam nas estações o dia todo”, comenta, lembrando que muitos têm uma vida ativa quando não estão na parte subterrânea da cidade.  

Muitos preferem ficar na rua, mas com seus cachorros

A RATP, empresa que administra o metrô parisiense, possui desde a década de 1990 um serviço de acolhimento social, composto por 50 agentes que circulam pelas estações, propondo soluções de alojamento temporários para os moradores em situação de rua. Porém, muitas vezes a oferta é rejeitada.

Apesar da situação precária, alguns alegam a falta de segurança nos albergues propostos, além de recusarem se separar de seus cachorros, já que os animais de companhia raramente são aceitos nas estruturas de acolhimento propostas pela prefeitura.

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