Rede hoteleira da França suspende apoio aos Jogos Olímpicos 2024 após patrocínio do AirBnb
A rede hoteleira da França continua furiosa contra a parceria assinada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) com a plataforma Airbnb, e anunciou nesta quarta-feira (20), em retaliação à decisão do COI, "suspender sua participação" na organização dos Jogos Olímpicos de 2024.
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Reunidos em Biarritz para o 67º congresso de Umih, a principal organização de empregadores do setor, os profissionais da rede hoteleira e de restaurantes da França se mostraram indignados com a chegada do gigante do aluguel de casas particulares – o AirBnb -, entre os principais patrocinadores do COI, anunciado na segunda-feira (18).
"A plataforma já reluta em cobrar a taxa de turismo, identificando os contribuintes e seus endereços de maneira clara, conforme a lei o exige, a partir de 1º de janeiro deste ano", denunciou Laurent Duc, presidente da Umih Hoteleira.
Furiosos, "os hoteleiros suspenderão sua participação na organização dos Jogos Olímpicos de 2024", disse Duc, à margem do congresso nacional, que reúne 600 profissionais de todo o país. Em termos concretos, eles não vão mais participar das reuniões preparatórias para os Jogos, aguardando esclarecimentos, disse o Umih.
"Trabalhamos com [profissionais de hotelaria] há vários anos. Por exemplo, já reservamos mais de 40.000 quartos para eventuais necessidades em 2024", sublinhou o chefe dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Tony Estanguet, em comunicado oficial. O comitê organizador afirmou ainda negociar com a Umih a reserva de muitos quartos para acomodar atletas e espectadores.
“Escolha desrespeitosa”
Mas a escolha do AirBnb como patrocinador foi, segundo a maior rede hoteleira da França, "totalmente desrespeitosa com os profissionais que se encontravam completamente engajados nessa fase preparatória”. Especialmente porque, segundo a Umih, "a oferta de hotéis na Grande Paris foi um trunfo decisivo na candidatura da cidade".
A rede de hotéis, que criticou fortemente a escolha do AirBnb com o COI, expressou nesta quarta-feira seu apoio aos hoteleiros, considerando "normal" seu "alarme" contra a "desestabilização" causada pela plataforma geral e reivindicando mais uma vez "uma resposta política" para melhor proteger a rede de hotéis e restaurantes.
Há um ano, a Umih processou o Airbnb no Tribunal Comercial de Paris por "concorrência desleal", acusando-o de publicar anúncios on-line polêmicos, propondo locações que excedem o prazo legal de 120 dias por ano, não-declaradas ou mesmo sublocações abusivas.
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