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Kiev acusa SpaceX de deixar tropas russas usarem satélites Starlink em regiões ocupadas da Ucrânia

O Exército russo teria começado a usar de forma "sistemática" nas regiões que ocupa na Ucrânia o serviço de internet e comunicação disponibilizado pela rede de satélites Starlink, declarou neste domingo (11) a Direção de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano. Desde o início da guerra, que completa dois anos no dia 24, essa rede de satélites fabricada pela SpaceX, empresa do bilionário americano Elon Musk, é utilizada pelos batalhões ucranianos para organizar suas ações de defesa contra o invasor russo. 

O bilionário americano Elon Musk oferece satélites Starlink às tropas ucranianas desde o início da guerra, há quase dois anos.
O bilionário americano Elon Musk oferece satélites Starlink às tropas ucranianas desde o início da guerra, há quase dois anos. AP - Leon Neal
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Logo após o início da guerra, em fevereiro de 2022, Elon Musk ofereceu os satélites da rede Starlink para ajudar os ucranianos a enfrentar a guerra declarada por Moscou. A direção da SpaceX afirma não manter negócios com o Kremlin nem com o Exército russo.

No entanto, em um comunicado publicado neste domingo (11) no Facebook, o Ministério da Defesa ucraniano afirma ter indícios do uso dos satélites de fabricação americana por soldados russos.

“Casos de utilização dos referidos equipamentos pelos ocupantes russos foram documentados. Isto está começando a tomar uma dimensão sistemática", indica a Diretoria de Inteligência (GUR) do Ministério da Defesa da Ucrânia, em um comunicado do porta-voz Andriy Yousov.

Os terminais são utilizados principalmente pela 83ª Brigada de Ataque Aéreo russa, envolvida em batalhas nas cidades de Klichtchiivka e Andriivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. O GUR afirma ter interceptado uma conversa entre dois soldados russos que falavam sobre o uso dos terminais Starlink. O conteúdo da suposta gravação em russo foi publicado no Telegram. 

A agência de Inteligência ucraniana não especifica a origem do terminais Starlink, que poderiam tanto ter sido comprados no exterior quanto confiscados por militares russos das forças ucranianas. Nesse caso, os satélites seriam um tesouro de guerra.

SpaceX desmente parcialmente as acusações

Em 8 de fevereiro, em uma declaração à imprensa publicada na rede social X, também de Elon Musk, a SpaceX afirmou que seus terminais não estavam ativos na Rússia, sem mencionar as regiões ucranianas ocupadas por Moscou. A empresa americana negou qualquer relação comercial com as autoridades russas.

“Se a SpaceX descobrir que um terminal Starlink é usado por uma parte [país] sob sanções ou não autorizada, nós investigaremos e tomaremos medidas para desativar o equipamento, caso isso venha a ser confirmado",  detalhou a empresa.

De acordo com o bilionário americano, à exceção de um “pequeno percentual”, a montagem da rede de satélites, os custos de implantação e manutenção dos terminais Starlink na Ucrânia são financiados pela SpaceX.

Em outubro de 2022, Musk ameaçou suspender esse financiamento, mas voltou atrás. Por outro lado, ele rejeitou que as tropas ucranianas utilizem a rede quando fazem incursões dentro do território russo, para, segundo ele, "evitar uma escalada do conflito".

Ucrânia destrói 40 dos 45 drones lançados pela Rússia

As tropas ucranianas enfrentam dificuldades para resistir na frente de batalha, em um momento em que a Rússia realiza ataques aéreos sistemáticos a várias regiões do país vizinho. Na última madrugada, Kiev afirma ter destruído a maior parte dos 45 drones de ataque que a Rússia lançou contra localidades da região sul do rio Dnipro. 

"Durante a noite, os ocupantes lançaram 45 drones de ataque [...] 40 Shahed [drones] (UAVs) inimigos foram destruídos", relataram os militares ucranianos no Telegram.

Fragmentos dos dispositivos feriram levemente um homem de 39 anos na região sul do Dnipro, disse o governador Sergiy Lysak.

Na aldeia de Vodyane, na região de Kharkiv, um ataque russo matou uma mulher de 56 anos, segundo as autoridades locais. Nesta região, sete pessoas, incluindo três crianças, morreram na véspera em um bombardeio contra um posto de gasolina que provocou um grande incêndio na área.

Com informações da AFP

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