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Grécia apela para trabalho voluntário no combate às chamas; fogo se alastra pela ilha de Rodes

Mais de uma semana após o início dos incêndios na ilha grega de Rodes, na fronteira com a Turquia, a situação ainda não se estabilizou no sul do arquipélago. As chamas agora estão afetando principalmente a área em torno da vila de Vati. No local, aviões-tanque, bombeiros, policiais e voluntários continuam trabalhando sob o calor intenso da região. 


Chamas em uma floresta na vila de Vati, na ilha de Rodes, no Mar Egeu, sudeste da Grécia, na terça-feira, 25 de julho de 2023.
Chamas em uma floresta na vila de Vati, na ilha de Rodes, no Mar Egeu, sudeste da Grécia, na terça-feira, 25 de julho de 2023. AP - Petros Giannakouris
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Joël Bronner, enviado especial da RFI à Rodes

Há um paradoxo nessa grande ilha grega: você pode dirigir pela estrada costeira que liga a cidade de Rodes, no norte, até a turística de Lindos, sem perceber que há incêndios em andamento. A partir do vilarejo costeiro de Kiotari, onde as chamas cruzaram a estrada da área montanhosa em direção à costa, as consequências do fogo se tornam claramente visíveis.

Essa imagem pode ser resumida pela aparição de uma quadra de tênis e um hotel ao lado do mar, milagrosamente preservados das chamas, enquanto ao redor tudo foi atingido pelo fogo: lojas, carros e até casas, disse à RFI um motorista de caminhão que se aproximou dos incêndios que ainda estavam queimando.

Esse morador de Rodes estava particularmente angustiado com os empregos perdidos pelas pessoas no local, enfatizando que, em sua opinião, o Estado grego não estava funcionando como deveria e não está à altura da tarefa de combater o incêndio.

Alguns quilômetros adiante, uma coluna de fumaça se erguia perto do vilarejo de Vati, um pouco mais para o interior da ilha de Rodes. É nesse local que a luta contra as chamas é uma das mais intensas.

Voluntários em ação diante de um desastre

Diante das limitações e deficiências do Estado grego, os voluntários estão arregaçando as mangas para lidar com essa situação excepcional e dramática. E, muitas vezes, é o improviso que reina.

Nascido em Bruxelas em uma família originária de Rodes, Christos Doulkeridis, prefeito de Ixelles, se encontra em Rodes de férias, como faz quase todos os anos.

Diante dos incêndios e de suas consequências, ele enfatiza a importância dos voluntários: "Eu diria que é quase 'a coisa de sempre': você chega e ouve que há incêndios. Não é um fenômeno raro, é algo que vem acontecendo desde que eu era criança, e é a mesma coisa: não há aeronaves especializadas suficientes, não há bombeiros suficientes, não há trabalho a montante suficiente sendo feito. Aqui, temos que reconhecer que a escala dos incêndios é realmente especial, muito maior. Não podemos simplesmente deixar isso nas mãos das autoridades, pois nunca sairemos dessa, então temos que reagir", afirmou à RFI.

Aplicativo registra desabrigados

O trabalho voluntário parece dar a tônica neste momento para salvar a ilha das chamas, como relatou Marios Hatzimihalis, professor de ciência da computação. Ele desenvolveu um aplicativo por conta própria para registrar os evacuados.

"Desenvolvi a primeira versão do aplicativo na sexta-feira à noite, apenas para o nosso próprio centro de acomodação de emergência", explica ele. "Mas as autoridades gostaram do conceito, então o adotaram e o distribuíram para todos os abrigos de emergência", contou.

Em Rodes, o trabalho voluntário e a organização informal da população também são uma resposta aos incêndios.

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