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Zelensky promete resposta "concreta" contra ataque a prédio residencial em Lviv

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu nesta quinta-feira (06) uma resposta "concreta" após um ataque com mísseis que atingiu um prédio residencial em Lviv, no oeste da Ucrânia. A ofensiva deixou pelo menos quatro mortos. 

Ataque de míssil russo destruiu prédio residencial em Lviv
Ataque de míssil russo destruiu prédio residencial em Lviv © ДСНС України
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"Certamente haverá uma resposta à altura", reiterou Zelensky em uma mensagem publicada no Telegram, acompanhada de um vídeo. As imagens mostram os escombros dos prédios que foram alvo do ataque.

Segundo o ministro do Interior, Igor Klymenko, pelo menos nove pessoas ficaram feridas e as equipes de resgate ainda buscam sobreviventes. O terceiro e o quarto andares do prédio foram totalmente destruídos.

"Trata-se do maior ataque contra uma infraestrutura civil de Lviv desde a invasão à Ucrânia", escreveu o prefeito da cidade, Lviv Andriï Sadovyi, no Telegram.

"Há muita destruição e mais de 50 apartamentos foram destruídos: um prédio de escritórios, uma escola e o alojamento da Universidade Politécnica de Lviv também foram atingidos", disse Sadovyi.

No início da noite, o governador da região, Maksym Kozytsky, já havia dito que "mísseis inimigos" se dirigiam às regiões do oeste da Ucrânia. Logo após o alerta, foram ouvidas uma série de explosões.

Segundo uma moradora ouvida pela Radio Liberty, mídia financiada pelos Estados Unidos, a primeira explosão "derrubou os potes de flores que estavam na janela", e a segunda "destruiu tudo." Mesmo situada a vários quilômetros de distância da frente de batalha, Lviv e sua região ja foram alvo de vários ataques desde a invasão do país, em 22 de fevereiro de 2022.

Entrega de armas

Zelensky criticou a lentidão na entrega de armas à Ucrânia que, segundo ele, tem atrasado a contra-ofensiva ucraniana. Para ele, isso permite a Moscou reforçar suas defesas nas áreas ocupadas.  

O presidente ucraniano declarou que "agradece aos Estados Unidos", mas disse aos representantes do país e aos europeus que gostaria de ter dado inicio à contra-ofensiva "bem mais cedo". Para isso, frisou, seria necessário ter todas as armas e material à disposição.

Edifício residencial atingido por missil russo, na cidade de Zaporijia.
Edifício residencial atingido por missil russo, na cidade de Zaporijia. © José Pedro Frazão

Preocupação com Zaporíjia

Nesta quarta-feira (5), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pediu autorização para ter acesso livre à central nuclear ucraniana de Zaporijia, ocupada por Moscou. O objetivo é confirmar "a ausência de minas ou explosivos no local."

De acordo com as forças ucranianas, "objetos similares a explosivos foram colocados nos tetos para dar impressão de que os ucranianos estivessem lançando bombas."

A agência não tem acesso aos tetos dos locais onde estão localizados os reatores 3 e 4 ou a áreas de resfriamento da central.

A usina está nas mãos dos russos desde 4 de março de 2022. O local já foi visado por tiros e teve a rede elétrica cortada diversas vezes. Essa situação precária de segurança preocupa a comunidade internacional, que teme um acidente nuclear.

Risco é baixo, garante governador

O enviado especial da RFI à região, Stéphane Siohan, entrevistou o governador  de Zaporijia, Yuriy Malashko. Segundo ele, até agora, "só algumas pessoas decidiram ir embora. Elaboramos um plano de evacuação em caso de emergência. Estamos prontos", disse. Apesar da aparente tranquilidade do governador, a situação é tensa. 

"O que os russos estão fazendo lá? Antes de mais nada, atos contrários às convenções internacionais. Temos informações de que eles colocaram minas em todo o território e não sabemos o que está acontecendo dentro da central." Apesar das incertezas, ele pediu calma. "A situação é preocupante, mas não tem nada a ver com Tchernobyl."

Em caso de acidente, afirma, a radiação será minima, já que os reatores não funcionam mais. "Mas é preciso estar preparado para tudo, não sabemos o que os russos têm na cabeça", alerta.

Ele afirma que a estrutura da central de Zaporíjia é bem mais moderna e sólida do que a da central de Tchernobyl, que explodiu em 1986. Segundo ele, o nível da água do sistema de refrigeração ainda seria suficiente para evitar uma catástrofe.

(RFI e AFP)

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