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TV estatal russa diz que líder do grupo Wagner “enlouqueceu” após receber muito dinheiro

A televisão estatal da Rússia acusou, neste domingo (2), o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, de ter “enlouquecido” após receber quantias milionárias de dinheiro público. No fim de junho, o ex-aliado do Kremlin protagonizou um motim fracassado contra Moscou.

Apresentador Dmitry Kiselyov (à frente) é considerado a voz midiática do Kremlin. (11/09/2018)
Apresentador Dmitry Kiselyov (à frente) é considerado a voz midiática do Kremlin. (11/09/2018) AFP - SERGEI CHIRIKOV
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"Prigozhin enlouqueceu devido à grande quantidade de dinheiro", afirmou Dmitry Kiselyov, uma das principais figuras do aparato midiático do governo russo, em seu programa semanal. "O sentimento de acreditar que podia tudo começou há tempos, desde as operações [do Wagner] na Síria e na África", disse ele, acrescentando que essa sensação se "reafirmou" depois da tomada das localidades ucranianas de Soledar e Bakhmut pelos mercenários de Prigozhin.

Para Kiselyov, o paramilitar "acreditou que poderia se opor ao ministério russo da Defesa, ao Estado e, “até mesmo, ao presidente". O apresentador disse, sem apresentar provas, que o Wagner recebeu US$ 9,6 bilhões de dinheiro público (aproximadamente R$ 47 bilhões na cotação atual).

Para Kiselyov, "um dos maiores fatores" do motim promovido pelo grupo Wagner foi a recusa, pelo Ministério da Defesa, de prolongar contratos firmados com a empresa de alimentação Concord, que também pertence a Prigozhin.

A rebelião de combatentes mercenários em 23 de junho abalou o poder na Rússia, em plena ofensiva na Ucrânia. Durante várias horas, os batalhões do Wagner ocuparam um quartel do Exército russo na cidade de Rostov e avançaram centenas de quilômetros em direção à capital do país, Moscou.

O motim foi abortado depois de 24 horas, com um acordo para que Prigozhin deixasse a Rússia e fosse para Belarus.

Drones em Kiev

Neste domingo (2), a Força Aérea da Ucrânia disse, que abateu oito drones que se dirigiam para Kiev. "Outro ataque aéreo inimigo contra Kiev", disse Sergiy Popko, chefe da administração militar da capital ucraniana, nas redes sociais, explicando que fazia 12 dias que a cidade não era alvo de drones.

"Todos os alvos inimigos no espaço aéreo ao redor de Kiev foram detectados e destruídos", acrescentou. As forças aéreas ucranianas também anunciaram ter derrubado três mísseis de cruzeiro e oito drones de fabricação iraniana enviados pelas forças de Moscou durante a noite.

"Oito Shaheds foram lançados do sudeste, e três mísseis Kalibr, do Mar Negro", disse um comunicado.

O diretor da administração militar regional de Kiev, Ruslan Kravchenko, informou que três casas foram danificadas pela queda de destroços, e um homem foi ferido na perna.  

Tanques franceses ‘leves demais’

A Ucrânia tem cada vez mais capacidades para derrubar mísseis e drones russos, graças ao reforço de sua defesa aérea, com a ajuda de potências ocidentais. Entretanto, equipamentos franceses enviados à Ucrânia foram criticados neste domingo pelo país. Um oficial ucraniano afirmou que os tanques AMX-10 RC, entregues por Paris e atualmente usados ​​​​na contraofensiva de Kiev, não são adequados para ataques no front.

Comandante de um batalhão da 37ª Brigada de Infantaria Naval, atualmente implantado na região de Donetsk, o major Spartanets (pseudônimo) observou esses tanques franceses no campo de batalha. “Eles são usados ​​para apoiar o fogo, por causa de sua armadura leve. Seu armamento é bom, seus instrumentos de observação são muito bons. Mas, infelizmente, é uma armadura leve, o que os torna inadequados (para atacar)”, disse.

Em janeiro, o presidente francês Emmanuel Macron havia prometido a entrega desses veículos blindados de reconhecimento com rodas altamente móveis, equipados com um canhão de 105 mm. Quatro meses depois, eles já estavam em serviço no front, de acordo com Kiev.

Mas nesta guerra de alta intensidade, em que os ataques de artilharia pesada são permanentes, sua armadura fina é uma grande fraqueza, de acordo com o major Spartanets.

“Houve casos em que um projétil de 152 mm explodiu nas proximidades e o estilhaço perfurou o veículo”, observa o militar de 34 anos. “E, infelizmente, isso já levou à morte da tripulação em uma ocasião”, acrescentou, explicando que "um projétil explodiu próximo ao veículo, os fragmentos perfuraram a blindagem e o estoque de munição (a bordo) detonou, matando os quatro ocupantes", disse o oficial ucraniano.

Com informações da AFP

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