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Premiê Pedro Sánchez visita Kiev em primeiro dia de presidência espanhola da União Europeia

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, chegou a Kiev neste sábado (1°), primeiro dia da presidência espanhola da União Europeia, para reiterar o apoio do bloco à Ucrânia. Dezesseis meses após o início da invasão russa, a Ucrânia informou estar travando batalhas “implacáveis” contra a Rússia, na contraofensiva lançada há cerca de um mês, e lamenta a demora na entrega de armas prometidas "pela Europa”. 

O primeiro-ministro Pedro Sánchez. A Espanha assumiu a presidência do Conselho Europeu neste sábado (1°).
O primeiro-ministro Pedro Sánchez. A Espanha assumiu a presidência do Conselho Europeu neste sábado (1°). © Heikki Saukkomaa / Lehtikuva/AFP/File
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Sanchez se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta tarde. A visita também ocorre antes de uma grande cúpula da Otan, agendada para 11 e 12 de julho em Vilnius, para traçar um roteiro para futuras relações entre a Ucrânia e a organização militar ocidental.

“Já em Kiev. Queria que o primeiro ato da presidência espanhola do Conselho da União Europeia fosse na Ucrânia com Volodymyr Zelensky", escreveu Pedro Sanchez na sua conta de Twitter, acrescentando que iria transmitir "toda a solidariedade da ‘Europa’”.

“Continuaremos a ajudar o povo ucraniano até que a paz retorne à Europa”, afirmou Sánchez.

Ele anunciou a visita na quinta-feira (29) durante a cúpula da União Europeia (UE), explicando que seu objetivo era mostrar o “apoio inabalável” do bloco a Kiev em sua luta contra a invasão russa.

O início do processo de candidatura da Ucrânia para ingressar na UE foi aceito há um ano. O país espera iniciar negociações formais este ano sobre as medidas que precisará tomar para aumentar suas chances de entrar no bloco.

Avanços limitados  

Em campo, as forças ucranianas anunciaram avanços limitados durante sua contraofensiva, na tentativa de recuperar territórios perdidos após a invasão russa,  lançada em fevereiro do ano passado.

Mas o exército ucraniano está limitado em sua estratégia pela falta de armamento, em particular de aviões de combate, afirmou o comandante Valery Zaluzhny em entrevista publicada nesta sexta-feira (30) pelo The Washington Post.

“Isso me irrita”, declarou ele sobre os ocidentais, que reclamam do lento progresso de Kiev contra os russos, ao mesmo tempo em que ele espera a entrega de armas mais rapidamente. Para competir com o poder aéreo russo, a Ucrânia precisa o mais rápido possível dos caças F-16 prometidos, insistiu o general.

“Não precisamos de 120 aviões. Não vou ameaçar todo o planeta. Um pequeno número será suficiente”, insistiu ele, nas colunas do diário americano. “Mas são necessários, não há outra solução.”

A guerra “não é um espetáculo”

Valery Zaluzhny também reclama da falta de artilharia contra o dilúvio de disparos russos. O comandante diz estar em contato permanente com os seus parceiros ocidentais, como o chefe do Estado-Maior americano Mark Milley, mas não são eles que tomam as decisões, lamentou.

“Enquanto as decisões são tomadas, é óbvio que muitas pessoas estão morrendo, todos os dias, e em grande número, simplesmente porque as decisões não são tomadas imediatamente”, afirmou ele ao Washington PostA guerra “não é um espetáculo que o mundo pode assistir de longe e apostar. Todos os dias, cada metro [que avançamos] é pago com sangue”, acrescentou.

“Toda a ajuda que podemos”

Em Washington, Mark Milley respondeu que os Estados Unidos e seus aliados estão fazendo o possível para enviar o que a Ucrânia precisa. “Estamos dando a eles toda a ajuda que podemos”, declarou a repórteres na sexta-feira. Entregar F-16 ou mísseis táticos ATACMS está “na mesa, mas nenhuma decisão foi tomada ainda”, acrescentou.

A contraofensiva “está sendo mais lenta do que prevíamos”, também lamentou, mas “a guerra é assim mesmo”. “Isso não me surpreende em nada.”

O exército ucraniano está, no entanto, fazendo “avanços contínuos”, de “500, 1 mil, 2 mil metros por dia, esse tipo de coisa”, observou o chefe do Estado-Maior americano.

Além disso, um fonte no governo confirmou à AFP que o diretor da CIA, William Burns, viajou recentemente à Ucrânia para se reunir com os chefes dos serviços secretos ucranianos e com Zelensky. Durante esta viagem, explicou, Burns reafirmou “o compromisso dos Estados Unidos de compartilhar todas as informações necessárias para ajudar a Ucrânia a se defender contra a agressão russa”.

(Com informações da AFP)

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