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Rússia retira crianças de cidades na fronteira com a Ucrânia após bombardeios

A Rússia começou na quarta-feira (31) a retirar centenas de crianças de cidades na fronteira com a Ucrânia, alvo de intensos bombardeios há dias, e onde a situação é "alarmante", segundo o Kremlin.

Na imagem retirada de um vídeo, investigadores inspecionam um edifício atacado por drones ucranianos em Moscou, na Rússia, terça-feira, 30 de maio de 2023.
Na imagem retirada de um vídeo, investigadores inspecionam um edifício atacado por drones ucranianos em Moscou, na Rússia, terça-feira, 30 de maio de 2023. AP
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Os ataques se multiplicam em território russo há semanas, os mais graves foram o ataque de drones contra Moscou na terça-feira (30) e uma incursão armada na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, na semana passada.

O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, anunciou na quarta-feira o início da evacuação de menores em duas cidades da região, que receberam intensos disparos de artilharia e morteiros. 

"A partir de hoje estamos evacuando nossas crianças dos distritos de Shebekino e Graivoron", disse. "Um primeiro grupo de 300 crianças será enviado hoje para Voronej", uma cidade localizada a cerca de 250 quilômetros a nordeste.

Um jornalista da agência oficial de notícias Ria Novosti, perto de Voronej, disse que ônibus com cerca de 150 pessoas a bordo chegaram à cidade.

Gladkov disse que a situação estava "piorando" em Shebekino, onde ocorreram mais bombardeios durante o dia, mas sem vítimas. O responsável divulgou imagens após o ataque, pela manhã, com carros incendiados próximo a uma área de recreação, e um projétil caído em uma via.

"Ninguém, graças a Deus, morreu", disse Gladkov, acrescentando que quatro pessoas ficaram feridas. Uma pessoa morreu no dia anterior e outras duas ficaram feridas em um bombardeio ucraniano contra um centro de refugiados na região.

Dificuldades em controlar ataques 

"Estamos realmente preocupados com esta situação. O bombardeio de alvos civis continua" em Belgorod, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na quarta-feira. "Não ouvimos uma única palavra de condenação do Ocidente", denunciou. "A situação é realmente alarmante. Medidas estão sendo tomadas", acrescentou.

A Rússia aparenta ter dificuldades de conter os ataques em seu território, enquanto Kiev afirma se preparar para uma grande contra-ofensiva no terreno.

As forças russas lançaram nesta semana várias ondas de bombardeios contra a capital ucraniana, Kiev, com mísseis explosivos e drones.

As autoridades russas indicaram na terça-feira que neutralizaram oito drones que conseguiram entrar em Moscou e sua região, localizada a 500 km da Ucrânia. Duas pessoas ficaram levemente feridas pela queda de destroços em prédios residenciais. Kiev nega qualquer "envolvimento direto" neste ataque.

Os Estados Unidos disseram que não apoiam nenhum ataque em solo russo, dizendo que se concentraram "em fornecer à Ucrânia o equipamento e o treinamento necessários para retomar seu próprio território soberano".

Na semana passada, dezenas de homens armados da Ucrânia invadiram a região de Belgorod e espalharam o pânico por dois dias antes de serem repelidos por aeronaves e artilharia russas.

Bombardeios na fronteira

Desde então, as áreas fronteiriças da região de Belgorod têm sido bombardeadas diariamente.

Mais ao sul, em Ilsky, na região de Krasnodar, um drone caiu dentro do perímetro de uma refinaria de petróleo na quarta-feira, sem causar vítimas ou danos, anunciaram as autoridades locais.

Esta mesma refinaria foi alvo, no início de maio, de dois ataques de drones que provocaram incêndios.

Na Ucrânia, cinco pessoas morreram e 19 ficaram feridas em um bombardeio das forças de Kiev em uma área ocupada por tropas russas na região de Lugansk (leste), informaram autoridades próximas a Moscou.

A Rússia reivindicou nesta quarta-feira a responsabilidade pela destruição no porto ucraniano de Odessa do navio "Yuri Olefirenko", apresentado por Moscou como o "último" grande navio de guerra ucraniano ainda em operação.

"Em 29 de maio, um ataque de alta precisão da força aérea russa na área de ancoragem no porto de Odessa destruiu o último navio de guerra da marinha ucraniana, o 'Yuri Olefirenko'", informou o Ministério da Defesa da Rússia em seu boletim diário. .

O porta-voz das forças navais ucranianas, Oleg Chalyk, contactado pela AFP, não negou formalmente a informação, mas pediu para não "dar muita atenção" às fontes russas.

(Com informações da AFP)

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