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Em meio a crise econômica, Reino Unido enfrenta maior greve em uma década

Professores, ferroviários, funcionários públicos, professores universitários... O Reino Unido se prepara para mais um dia de greves massivas nesta quarta-feira (1º), em meio a uma crise econômica alimentada pela inflação. No total, estima-se que existam 500 mil pessoas em greve em diversos setores.

Professores protestam do lado de fora da escola secundária Hurlingham Academy em Fulham, Londres. 1º de fevereiro de 2023.
Professores protestam do lado de fora da escola secundária Hurlingham Academy em Fulham, Londres. 1º de fevereiro de 2023. REUTERS - KEVIN COOMBS
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A central sindical TUC alertou que será “o maior dia de greves desde 2011”.

As paralizações serão fortes durante todo o dia tanto nos transportes como nas escolas e afetarão toda a economia. Por efeito dominó, os britânicos, mesmo não grevistas, serão obrigados a ficar em casa para cuidar dos filhos diante das dificuldades de se deslocarem ao local de trabalho.

Os britânicos pedem aumento de salários diante da inflação galopante, que em dezembro chegou a 10,5%.

São 20.000 escolas afetadas pela greve na Inglaterra e no País de Gales. Este é o primeiro dia de mobilização deste setor, que já anunciou sete dias de greve para os meses de fevereiro e março.

O movimento de professores primários e secundários coincide com outros segmentos, como as greves convocadas por maquinistas e funcionários de 150 universidades e 100 mil funcionários de ministérios, portos e aeroportos.

No Reino Unido não há greves gerais, no entanto, desde o verão (no hemisfério norte) praticamente todos os dias há alguma interrupção num setor público. Quando não é o metrô, são os trens, correios ou serviços de saúde.

Embora cada setor tenha suas demandas específicas, todos estão unidos para exigir aumentos salariais diante de uma inflação que está há meses acima de 10% e deixa muitas famílias sem outra opção a não ser os bancos de alimentos.

100 dias do governo Sunak em um país paralisado

Este grande dia de protestos coincide com as vésperas dos primeiros 100 dias no poder do primeiro-ministro Rishi Sunak, marcados pela grave crise econômica, e com o terceiro aniversário do Brexit, que apenas 20% dos britânicos consideram bem gerido.

Se o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia fosse hoje, 56% votariam contra, de acordo com uma pesquisa YouGov de dezembro.

É a primeira vez que tantas categorias se juntam a uma greve desde 2011 e 2012, quando a população protestou contra o governo de David Cameron, que promovia uma reforma previdenciária.

(Com Daniel Postico, correspondente da RFI em Londres, e AFP)

 

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