Banco Central Europeu publica indicadores sobre a exposição do setor financeiro ao risco climático
O Banco Central Europeu publica, a partir de terça -feira (24), uma primeira bateria de indicadores sobre a exposição do setor financeiro ao risco climático, uma etapa adicional em seu plano de sustentabilidade para sua política monetária.
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"Precisamos entender melhor como as mudanças climáticas afetarão o setor financeiro e vice-versa", declarou Isabel Schnabel, membro do BCE, em um comunicado à imprensa.
"Para isso, o desenvolvimento de dados de alta qualidade é essencial", ela acrescenta. A instituição monetária, sob a liderança de sua presidente, Christine Lagarde, quer desempenhar um papel ativo na transição para uma "economia verde", visando os emissores de dívidas de poluidores.
As ONGs ambientais apontaram nos últimos anos o desequilíbrio no portfólio de títulos da instituição monetária em favor de empresas poluentes, como grupos petrolíferos.
Um pré-requisito antes de alterar a direção é "reduzir o déficit de dados climáticos", de acordo com Schnabel.
Os indicadores estão relacionados aos volumes de títulos emitidos por atores públicos e privados com o rótulo "verde", com o objetivo de medir a progressão do financiamento em direção a uma economia descarbonizada.
🧵The @ecb's initial climate-related statistical indicators are an important first step towards narrowing the climate data gap https://t.co/YMItghUm62
— Frank Elderson (@FrankElderson) January 24, 2023
They cover:
1⃣ sustainable finance
2⃣ carbon emissions financed by financial institutions
3⃣ climate-related physical risks
1/2 pic.twitter.com/vlDC9ZB1Ck
Emissões mais que dobraram em 2 anos
Embora não exista um padrão reconhecido internacionalmente para definir essas obrigações verdes, o BCE indica que suas emissões mais que dobraram nos últimos dois anos. No entanto, ainda representam apenas 5% do total de emissões.
Outros indicadores "analíticos" dizem respeito a emissões de carbono financiadas por instituições financeiras.
Esses dados têm uma qualidade "mais baixa" e "certos limites às vezes importantes", reconhece o BCE. Por exemplo, se um banco financiar 5% de um transmissor poluente, 5% das emissões de CO2 emitidas por ele no ciclo de fabricação serão alocadas à instituição financeira.
Os dados mostram que nessa fase as atividades de carbono mais intensivas são financiadas pelo setor bancário, de acordo com o comunicado à imprensa.
Finalmente, os indicadores medirão o impacto no setor financeiro de eventos naturais como inundações, incêndios florestais ou tempestades, a que são expostas as empresas financiadas, com os riscos consequentes no desempenho de portfólios, títulos e ações.
Todos esses índices climáticos são "um passo adicional para a realização dos compromissos climáticos do BCE", conclui a instituição.
(Com informações da AFP)
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