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Ruas de Madri são tomadas por milhares de manifestantes contra o governo socialista de Pedro Sánchez

Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (21) em Madri, capital da Espanha, contra o governo do socialista Pedro Sánchez. O protesto, que acontece em pleno ano eleitoral, contou com o apoio do partido de extrema direita Vox.

Centro de Madri foi tomado por manifestantes neste sábado em protesto contra o governo de Pedro Sánchez.
Centro de Madri foi tomado por manifestantes neste sábado em protesto contra o governo de Pedro Sánchez. REUTERS - SUSANA VERA
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Com informaçoes de Diane Cambon, correspondente da RFI em Madri e AFP

Carregando bandeiras vermelhas e brancas e aos gritos de “Sánchez, demissão”, cerca de 30.000 pessoas se manifestaram no centro de Madri, segundo o governo. De acordo com os organizadores, o número real de participantes foi de 700.000, boa parte deles mais idosos, que protestavam contra a política do premiê socialista Pedro Sánchez.

A manifestação foi convocada por uma dezena de grupos e organizações de direita, com o apoio do Partido Popular (PP, conservador), líder da oposição, e do partido de extrema direita Vox, cujo chefe, Santiago Abascal, estava presente no ato deste sábado.

O protesto acontece após o governo abolir o crime de sedição, principal acusação que levou à condenação de nove líderes separatistas catalães, como resultado de seu papel na tentativa de secessão da sua região, no nordeste de Espanha, em 2017. O crime foi substituído por outro com pena de prisão mais leve.

Sem maioria parlamentar, o governo de Sánchez se viu obrigado a negociar com separatistas bascos e catalães para conseguir aprovar projetos de lei, o que enfureceu a direita. Os conservadores acusam-no de ter eliminado o crime de sedição para garantir o apoio dos separatistas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, na sigla em catalão).

O governo defende que a sedição é um crime ultrapassado, que deve ser substituído por outro, mais de acordo com as normas europeias. Já a oposição quer reverter esta medida, quando voltar ao poder.

Sánchez afirmou, neste sábado, durante um comício do Partido Socialista em Valladolid (norte), que seu governo deveria tomar medidas para acalmar o conflito na Catalunha, uma crise que eclodiu durante a gestão de seu antecessor Mariano Rajoy, do PP. "2017 nos colocou diante do abismo na Catalunha, com uma declaração unilateral de independência que foi precedida de muitos referendos ilegais, contra os quais o PP, então no poder, não fez absolutamente nada", lembrou.

“Estamos perdendo nosso rumo”

Outro motivo de protesto dos conservadores é uma emblemática lei contra a violência sexual que endurece as penas para estupro, mas suaviza para outros crimes sexuais.

“Nós não concordamos com as modificações das leis”, declarou à RFI a madrilenha Isabel, que acusa o dirigente socialista de querer destruir as instituições do país. “Estamos perdendo nosso rumo”, completou.

Após três anos de governo e próximo do final do mandato, Sánchez é criticado por sua política em vários âmbitos. Mas a aproximação com os nacionalistas regionais continua sendo a principal fonte de reclamações.

“Ele deveria se chamar Pinóquio, pois mente como respira”, ironiza Pedro, outro participante da manifestação em Madri, que não poupa críticas ao premiê. “Ele fez acordo com os nacionalistas catalães, sabendo muito bem que não faria nada. Ele está desmantelando a Espanha. E isso cria uma tensão terrível. Não sabemos como toda essa história vai terminar”, desabafa.

A manifestação deste sábado é apresentada como a primeira de uma séria que pretendem lançar os líderes da direita durante esse ano eleitoral na Espanha.

A maioria das pesquisas indica que o PP pode vencer as eleições gerais marcadas para o final do ano, embora vá precisar do apoio do Vox para governar. A Espanha também realiza eleições municipais em uma dúzia de regiões em maio.

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