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Alemanha é criticada por alimentar dilema sobre envio de tanques de guerra à Ucrânia

Vários aliados da Ucrânia criticam a Alemanha neste sábado (21) pelo impasse sobre o envio de tanques guerra à Kiev. A falta de decisão concreta também é deplorada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que depende da ajuda militar das nações ocidentais para fazer frente à ofensiva russa. 

Um tanque de guerra utilizado por soldados ucranianos na região de Lugansk, no leste da Ucrânia, em 15 de janeiro de 2023.
Um tanque de guerra utilizado por soldados ucranianos na região de Lugansk, no leste da Ucrânia, em 15 de janeiro de 2023. AP - LIBKOS
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"A indecisão destes dias mata ainda mais os nossos cidadãos", afirmou no Twitter Mykhaïlo Podoliak, um conselheiro da presidência ucraniana, pedindo uma revisão do posicionamento dos aliados de Kiev. "Vocês ajudarão a Ucrânia com armas necessárias de qualquer jeito e perceberão que não há outra opção para colocar fim à guerra", reiterou.

Já Zelensky afirmou, na sexta-feira (20), que "não há outra solução" além do envio dos tanques de guerra à Ucrânia. "Nossos parceiros têm uma atitude baseada em princípios e eles nos apoiarão o quanto for necessário para nossa vitória", declarou o presidente ucraniano. 

As reações ocorrem após a reunião de representantes de 54 países em Ramstein, na Alemanha, na sexta-feira, para decidir sobre o envio de uma nova remessa de ajuda militar à Ucrânia. Berlim não deu o sinal verde à doação de tanques de guerra à Kiev, frustrando as autoridades ucranianas e outros aliados.

Em uma rara manifestação pública, ministros das Relações Exteriores dos países bálticos fizeram um apelo neste sábado para que Berlim "forneça tanques Leopard 2 à Ucrânia agora", alegando "a responsabilidade particular" da Alemanha, "a principal potência da Europa".

Na sexta-feira, após uma visita a Kiev, o senador republicano Lindsey Graham também teceu duras críticas contra Berlim. O político americano se disse "cansado" com a situação e tuitou: “Aos alemães: enviem tanques para a Ucrânia porque eles precisam. (…) À administração Biden: enviem tanques americanos para que outros sigam o nosso exemplo”.

Já o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, relevou o dilema. Segundo ele, ainda há "uma janela de oportunidade" até a primavera no Hemisfério Norte para a entrega de tanques à Ucrânia.

Apesar da indecisão após a reunião em Ramstein, Washington anunciou que irá liberar um montante de US$ 2,5 bilhões à Ucrânia, além de 140 veículos blindados. O Reino Unido prometeu enviar 600 mísseis, enquanto a Dinamarca e a Suécia vão contribuir doando canhões. Já a Finlândia anunciou € 400 milhões de ajuda militar.

"Ilusão de vitória"

A Rússia reagiu sobre a possibilidade de envio de tanques à Ucrânia, afirmando que o uso desses veículos pelo inimigo não mudariam "em nada". O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou os países ocidentais de manter "uma ilusão" de uma possível vitória ucraniana. 

Mas, para muitos especialistas, o envio de tanques modernos de guerra poderia resultar em uma verdadeira vantagem para Kiev nas batalhas no leste da Ucrânia. Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, pode também mobilizar mais homens para ofensiva, fazendo durar o conflito e cansando os líderes ocidentais. 

Para as autoridades ucranianas, a hipótese em torno do cansaço de seus aliados já foi suficientemente debatida. Questionada pela imprensa em Davos, onde discursou na semana passada durante o Fórum Econômico Mundial, a primeira-dama ucraniana não escondeu sua irritação. "Para ser sincera, estou cansada de perguntas sobre o cansaço".

(Com informações da AFP) 

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