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Vaticano confirma pedido de desculpas à Rússia por declarações do papa sobre minorias étnicas

O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (15) que pediu desculpas à Rússia pelas declarações do papa Francisco sobre o suposto comportamento cruel das minorias étnicas russas no conflito na Ucrânia. 

Foto do papa Francisco durante a missa semanal na praça São Pedro, no Vaticano, em 30 de novembro de 2022.
Foto do papa Francisco durante a missa semanal na praça São Pedro, no Vaticano, em 30 de novembro de 2022. © Andrew Medichini / AP
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"Confirmo que houve contatos diplomáticos a esse respeito", afirmou o diretor da assessoria de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, ao ser questionado sobre uma declaração da porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. Nesta quinta-feira (15), ela afirmou que o Vaticano se desculpou pelas palavras do sacerdote.

No final de novembro,o papa Francisco disse, em uma entrevista, que alguns dos combatentes "mais cruéis" da ofensiva russa na Ucrânia "não são de tradição russa", mas pertencem a minorias como "chechenos ou buriates", em referência aos povos dessas regiões.

As palavras do papa provocaram indignação na Rússia. "Isso não é mais russofobia, é perversão", escreveu Zakharova no Telegram, em novembro.

A Rússia foi acusada em setembro de mobilizar homens de minorias étnicas da Sibéria e do Cáucaso para apoiar sua ofensiva na Ucrânia.

Apesar de não existirem números oficiais, de acordo com especialistas, as minorias, que vivem em regiões pobres e remotas da Rússia, são majoritárias no Exército do país e, consequentemente, têm mais soldados mortos nas linhas de frente na Ucrânia.

Mas essas minorias também foram acusadas de terem participado de atrocidades atribuídas por Kiev às forças russas, como o massacre de Bucha.

Natal sóbrio e ajuda para ucranianos

Na quarta-feira (14) o papa convidou a viver o Natal com sobriedade e humildade e economizar para enviar ajuda aos ucranianos "que tanto sofrem" com a guerra. 

"Vamos ter um Natal mais sóbrio, com presentes mais humildes, vamos enviar o que economizamos para o povo ucraniano que precisa. Eles sofrem muito, passam fome, sentem frio. E muitos morrem porque não há médicos ou enfermeiras", afirmou ao final da audiência geral na sala Paulo VI do Vaticano.

"Não nos esqueçamos: o Natal, sim. Em paz com o Senhor, sim. Mas com os ucranianos no coração. Façamos este gesto concreto por eles", pediu.

O papa, que defende incansavelmente a paz desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro, aborda esse tema em quase todos os seus discursos.

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