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Conflito na Ucrânia acelera discussões entre UE e Balcãs

Reunidos em Tirana, capital da Albânia, nesta terça-feira (6), dirigentes dos países da União Europeia (UE) manifestaram vontade de revigorar as suas relações com os Balcãs Ocidentais. A guerra na Ucrânia motivou ainda mais as negociações do bloco com esses países.

Os líderes da União Européia e dos Balcãs Ocidentais posam durante uma foto de grupo em uma cúpula UE-Balcãs Ocidentais, em Tirana, Albânia, terça-feira, 6 de dezembro de 2022.
Os líderes da União Européia e dos Balcãs Ocidentais posam durante uma foto de grupo em uma cúpula UE-Balcãs Ocidentais, em Tirana, Albânia, terça-feira, 6 de dezembro de 2022. AP - Andreea Alexandru
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"O futuro de nossos filhos será mais seguro e próspero com os Bálcãs Ocidentais dentro da UE, e estamos trabalhando duro para progredir", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ao chegar à cúpula.

Os dirigentes posaram para a habitual foto de família e assistiram apresentações de danças tradicionais.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que os processos de adesão desses países experimentaram recentemente "um novo impulso". A UE também "reafirmará seu compromisso total e inequívoco com a perspectiva de adesão dos Balcãs Ocidentais e pedirá a aceleração das negociações", disse ela.

A guerra na Ucrânia destacou a importância para os europeus de estabilizar esta frágil região do sudeste da Europa e de combater a influência de Moscou na área. "A Rússia está tentando ganhar influência, a China está tentando ganhar influência. Nós somos o maior investidor, o parceiro mais próximo, por isso a discussão é justamente sobre esse ponto: vocês têm que decidir de que lado vocês estão. Do lado da democracia? Então é a União Europeia que deve estar entre seus amigos e parceiros", resumiu a chefe do executivo europeu.

Outra prioridade é a luta contra a imigração irregular: a rota dos Balcãs é a principal passagem migratória para a UE. O número de entradas no bloco por essa via aumentou quase 170% nos primeiros dez meses do ano, em relação a 2021.

Em julho, a UE  abriu negociações de adesão com a Macedônia do Norte e a Albânia (candidatas desde 2005 e 2014, respectivamente). As conversas também estão em andamento há vários anos com Montenegro e Sérvia.

Em outubro, a Comissão recomendou a concessão do estatuto de candidato à Bósnia e Herzegovina, decisão que chegará ao Conselho Europeu entre os dias 15 e 16 de dezembro.

"Pode adiantar muita coisa"

Quase sete anos depois de apresentar a sua candidatura, a Bósnia e Herzegovina tem esperança de finalmente obter o estatuto de país candidato à União Europeia.

“Isso é bom. Acho que pode adiantar muita coisa aqui”, diz Eldar, um jovem estudante de Sarajevo, que vê as conversas com o bloco europeu como um sinal bastante positivo. “Devemos melhorar o funcionamento das nossas instituições, como a presidência, este é o maior problema da Bósnia e Herzegovina”, completa.

Depois de 27 anos do fim da guerra, tensões políticas voltaram a criar temores de um retorno à violência no país. Em um contexto econômico difícil, a perspectiva europeia dá esperança a Marko, um trabalhador de 37 anos. “Vai melhorar as coisas, principalmente a economia. E assim as pessoas vão começar a pensar de forma mais positiva”, acredita.

Para a cientista política Ivana Maric, a União Europeia busca, acima de tudo, contrariar a agenda do Kremlin. “A Bósnia e Herzegovina não cumpriu nenhuma das condições estabelecidas pela União Europeia. Este status de candidato é apenas porque a Europa quer impedir que a Rússia expanda sua influência no país”, analisa.

Kosovo deve apresentar demanda

A presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, pediu à UE que "faça o que diz", permitindo que seus concidadãos viajem sem visto no bloco. Ela reiterou que Kosovo apresentaria um pedido oficial de adesão antes do final do ano. A candidatura, porém, enfrenta grandes obstáculos: assim como a Sérvia, cinco Estados-membros da UE (Espanha, Grécia, Chipre, Romênia, Eslováquia) recusam-se a reconhecer a independência desta ex-província sérvia.

(Com informações da RFI e da AFP)

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